O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, deu in�cio �s respostas aos questionamentos feitos pelo senador Fernando Collor (PTB-AL) com a afirmativa de que seu trabalho � profissional. "Minha posi��o �, foi e ser� firme no combate � corrup��o", disse.
O clima da participa��o de Collor foi tenso e Janot pediu por mais de uma vez para n�o ser interrompido pelo senador. "Vossa excel�ncia n�o me interrompa", disse Janot, pedindo que tivesse seu direito de manifesta��o assegurado pelo colegiado.
O procurador-geral explicou que a atua��o como advogado � permitida para procuradores que ingressaram no Minist�rio P�blico antes da Constitui��o de 1988, o que � o seu caso. Ele disse ainda que a causa em que atuou era referente a uma discuss�o rescis�ria que teve in�cio em 1997 envolvendo uma empresa chamada Salgema, que depois foi adquirida pela empresa Trisquem e s� posteriormente pela Braskem. Ou seja, que n�o havia participa��o de capital da Petrobras quando Janot atuou no caso.
Depois de ouvir de Collor acusa��es de que seu irm�o teria cometido crimes e figurou a lista de procurados pela Interpol em 1995, Janot respondeu que n�o se manifestaria sobre uma pessoa que "n�o est� mais aqui para se defender", esclarecendo que a pessoa citada indiretamente por Collor era seu irm�o. "N�o vou me referir aos mortos, meu irm�o � falecido h� mais de cinco anos e n�o participarei dessa exuma��o p�blica de um homem que nem sequer pode se defender", criticou.
Vazamentos
Para se defender das cr�ticas de Collor, de que seria respons�vel pelos "vazamentos" referentes �s investiga��es da Opera��o Lava Jato, o procurador-geral disse que o que houve foi especula��o. "Houve uma agita��o muito grande na imprensa. O que houve n�o foi vazamento, foi uma especula��o enorme. Alguns deram a 'lista de Janot': uns acertaram e uns erraram. N�o se vaza nome errado", disse. O procurador disse ainda "ser discreto" e n�o ter atua��o "midi�tica".
Questionado sobre a contrata��o da empresa Oficina da Palavra para atuar na comunica��o interna da PGR, Janot disse que n�o houve qualquer irregularidade e que isso foi comprovado por um relat�rio feito pelo Tribunal de Contas da Uni�o (TCU). O senador Collor questionou a contrata��o da empresa sem licita��o e o fato de o jornalista Raul Pilatti ter sido contratado no in�cio do ano para o cargo de secret�rio de comunica��o da Procuradoria.
Janot respondeu que Pilatti n�o era s�cio da Oficina da Palavra, mas de outra empresa, e que ele se desligou da secretaria por vontade pr�pria em junho deste ano.
A�cio
Em outro questionamento, o l�der do governo no Congresso, senador Jos� Pimentel (PT-CE), questionou Janot por n�o haver investiga��es da Opera��o Lava Jato envolvendo a campanha do tucano A�cio Neves, senador mineiro derrotado pela presidente Dilma Rousseff em outubro.
Pimentel citou o fato de a UTC, uma das empresas investigadas, ter doado R$ 7,5 milh�es para a campanha de Dilma e outros R$ 8,7 milh�es para a de A�cio. Ele disse que a a��o do PSDB que corre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode levar � cassa��o do mandato da presidente e de seu vice, Michel Temer, se embasa em dela��o premiada feita pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa.
"� poss�vel uma empresa ter uma conta suja para financiar determinado candidato e ao mesmo tempo ter uma conta limpa para financiar outro candidato?", questionou Pimentel. "� poss�vel fazer esta investiga��o e esta separa��o?", completou.
Presente � CCJ, A�cio Neves rebateu Pimentel antes da resposta de Janot. Ele disse que as doa��es da UTC ocorreram assim como de outras empresas. E destacou que n�o houve nenhuma contrapartida para a empresa a partir das doa��es.
O procurador-geral esquivou-se de responder amparado no segredo de Justi�a da dela��o premiada de Ricardo Pessoa. "Quanto � eventual colabora��o do senhor Ricardo Pessoa, eu, por for�a de lei, n�o posso sequer reconhecer a exist�ncia dela porque est� sob sigilo", afirmou.