O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, defendeu enfaticamente a dela��o premiada como instrumento decisivo nas investiga��es para desmontar poderosas organiza��es criminosas. Nesta quarta-feira, durante sabatina na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) no Senado, ele destacou que a It�lia conseguiu desativar a M�fia a partir das revela��es do delator Tommaso Buscetta, nos anos 1980. "S� foi poss�vel o desbaratamento da m�fia italiana com a colabora��o premiada. A primeira pessoa que derrubou uma grande organiza��o criminosa, voc�s v�o lembrar do nome, foi Tommaso Buscetta."
Buscetta, um dos mais importantes membros da Cosa Nostra, m�fia siciliana, foi preso pela Pol�cia Federal em S�o Paulo, em 1983. Ele estava residindo no Morumbi havia alguns anos, quando foi descoberto pela PF.
Janot � enf�tico ao defender abrandamento de pena para o colaborador. "Essa colabora��o � de tal grau que permite pegar uma organiza��o criminosa e destru�-la, conhecer a organiza��o nas suas entranhas, por dentro. Isso a gente s� pode obter quando algu�m nos revela a estrutura dessa organiza��o. Sen�o n�s vamos ter que seguir tentativa em erro, tentativa em erro, tentativa em erro at� chegar nessas organiza��es."
Rodrigo Janot disse que � preciso lembrar tamb�m que "essas organiza��es t�m barreiras de conten��o para evitar que sejam desbaratadas como um todo".
"As pessoas n�o t�m conhecimento total da organiza��o, elas t�m conhecimento de uma parte m�nima. Quem est� em cima tem conhecimento de toda a organiza��o. A colabora��o tem que ser vista com uma maneira mais benevolente realmente do que o entregador de mala. Para o entregador de mala a pena j� � muito menor do que para um capo ou um dirigente de uma organiza��o criminosa. J� existe esse equil�brio entre pena e castigo. A colabora��o � muito boa sim, ela com menos custo, com menos tempo aumenta e muito o grau de sucesso de uma investiga��o."
Janot homenageou o Congresso pela aprova��o, em 2013, da lei que define organiza��o criminosa e as regras da dela��o.