O presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), recusou-se a comentar o manifesto assinado por 35 deputados que pede sua sa�da do comando da Casa. "N�o comento sobre isso, cada um tem direito de fazer o que quer", disse. Cunha tamb�m n�o quis falar sobre a recondu��o do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, que o denunciou na semana passada. "N�o comento".
Nesta quinta-feira, um grupo de 35 deputados federais divulgou uma nota "em defesa da representa��o popular" pedindo o afastamento de Cunha da presid�ncia da Casa por causa das den�ncias de envolvimento do parlamentar em esquemas de corrup��o e lavagem de dinheiro. O documento diz que a den�ncia apresentada pela Procuradoria-Geral da Rep�blica contra Cunha "� grav�ssima" e "torna insustent�vel sua perman�ncia na Presid�ncia da Casa". O pedido � encampado por 18 deputados do PT, 6 do PSB, 4 do PSOL, 2 do PPS e 1 de PMDB, PROS, PTB e PSC.
"A diferen�a de condi��o de investigado em um inqu�rito para a de um denunciado � not�ria. Neste caso, Cunha � formalmente acusado de ter praticado crimes. Com a den�ncia do MP, a situa��o torna-se insustent�vel para o deputado, que j� demonstrou utilizar o poder derivado do cargo em sua pr�pria defesa", diz o documento, que � assinado pelo peemedebista Jarbas Vasconcelos (PE).
Cunha foi acusado pelo lobista Julio Camargo de pedir propina de US$ 5 milh�es no esquema de corrup��o da Petrobras. Na semana passada, o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, apresentou acusa��o formal contra o deputado, que deve ser apreciada agora pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
No dia da den�ncia, parlamentares j� haviam divulgado um manifesto an�nimo contra o peemedebista. Segundo o regimento da C�mara, n�o h� previs�o de que uma a��o de parlamentares possa culminar com o afastamento do comandante da Casa - a decis�o seria de Cunha, que j� disse que n�o o far�.
Em evento na For�a Sindical em S�o Paulo, no dia 21, um dia ap�s ser denunciado, Cunha afirmou que ren�ncia n�o faz parte de seu vocabul�rio nem far�. "N�o h� a menor possibilidade de eu n�o terminar meu mandato � frente da C�mara. Ren�ncia � um ato unilateral", afirmou na ocasi�o.