A Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Petrobras colhe nesta ter�a-feira, em Curitiba, na sede da Justi�a Federal do Paran�, o depoimento de mais seis detidos na Opera��o Lava-Jato, que apura esquema de corrup��o na estatal petrol�fera. Entre os depoentes est� o presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, quatro executivos ligados � empresa e um ex-funcion�rio da Petrobras.
Os parlamentares desta comiss�o n�o esconderam o desapontamento pelo sil�ncio dos depoentes, um direito estabelecido na Constitui��o que diz que ningu�m � obrigado a gerar provas contra si
Hoje, os executivos da Odebrecht que ir�o depor � CPI s�o M�rcio Faria da Silva, Rog�rio Santos de Ara�jo, C�sar Ramos Rocha e Alexandrino de Salles Ramos de Alencar. O ex-funcion�rio da estatal � Celso Araripe de Oliveira - que foi gerente da �rea de projetos e � acusado de receber propina de R$ 1,4 milh�o da Odebrecht.
Indiciamento
A Pol�cia Federal deve indiciar hoje o ex-ministro Jos� Dirceu por envolvimento no bilion�rio esquema de cartel e corrup��o desbaratado na Petrobras, pela Opera��o Lava Jato, e que teria vigorado em outras �reas do governo. Condenado e preso pelo mensal�o, o ex-chefe da Casa Civil no governo Lula ser� indiciado por corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa.
Dirceu est� preso desde 3 de agosto, em Curitiba - sede das investiga��es da Lava-Jato -, acusado de receber propina por meio de falsas consultorias prestadas � empresas com contratos no governo federal.
Al�m de apontar o recebimento de valores de contratos da Petrobras, o indiciamento de Dirceu espraia as frentes de investiga��o da Lava Jato para outros setores, como o caso do contrato da Consist Software, no �mbito do Minist�rio do Planejamento, Or�amento e Gest�o, a partir de 2010.
O indiciamento pelo delegado da Pol�cia Federal M�rcio Adriano Anselmo serve como base para o Minist�rio P�blico Federal apresentar ainda esta semana den�ncia criminal contra Dirceu, que � considerado pela for�a-tarefa da Lava Jato um dos l�deres do esquema dentro do n�cleo pol�tico.
Dirceu � considerado um dos "cabe�as que tomam as decis�es". "N�o s�o operadores, essas pessoas dizem fa�a e os outros fazem. Eles n�o tomam nota, n�o fazem reuni�es com operadores financeiros. Simplesmente t�m uma fun��o de colocar as pessoas nos lugares certos e de determinar. Jos� Dirceu, evidentemente, colocou Duque (Renato Duque) na fun��o de diretor da Diretoria de Servi�os da Petrobr�s. Colocou Paulo Roberto Costa ( Diretoria de Abastecimento) atendendo a pedido de Jos� Janene (ex-deputado, r�u do Mensal�o, morto em 2010)", afirmou o procurador da Rep�blica Carlos Fernando Lima, no dia 3 de agosto quando o ex-ministro foi preso preventivamente.
Defesa
O advogado Roberto Podval disse que n�o o surpreende o indiciamento de Jos� Dirceu pela Pol�cia Federal. "O indiciamento � natural, surpreenderia se fosse o contr�rio. Ele est� preso h� praticamente um m�s, n�o teria o menor sentido a Pol�cia Federal entender a essa altura que n�o h� ind�cios de crime."
Nesta segunda-feira, intimado para depor na PF, Dirceu ficou em sil�ncio, por orienta��o de Podval. "N�o tivemos acesso a todos os documentos, nem � colabora��o de Ricardo Pessoa (empreiteiro delator). Entreguei uma peti��o explicando os motivos de (Dirceu) n�o responder �s perguntas", disse o advogado.
Roberto Podval destaca que mant�m a linha de defesa com rela��o aos crimes imputados a Dirceu. "N�o h� qualquer ato il�cito da parte dele, n�o recebeu propinas em momento algum."
Sobre a acusa��o da for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato de que Dirceu foi o instituidor do esquema de cartel e propinas na Petrobras, o criminalista � taxativo. "Dirceu n�o � e nunca foi chefe de organiza��o criminosa."