
Foi a presidente Dilma Rousseff que arbitrou a disputa interna e tamb�m deu a ordem para que os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) anunciassem, lado a lado, a proposta de Or�amento de 2016, com d�ficit prim�rio de R$ 30,5 bilh�es.
Derrotado nas discuss�es que culminaram com a apresenta��o de um projeto escancarando a previs�o de desequil�brio fiscal, Levy pretendia sair da reuni�o desta segunda-feira, da coordena��o pol�tica, no Planalto, e viajar para S�o Paulo, onde faria palestra no F�rum Exame. O an�ncio do Or�amento de 2016 seria feito apenas por Barbosa.
Dilma n�o autorizou a sa�da "� francesa" de Levy, que foi obrigado a cancelar o compromisso. Sob argumento de que uma nova aus�ncia do titular da Fazenda poderia alimentar especula��es sobre demiss�o, num momento em que o governo assume fragilidade na economia, a presidente mandou Levy aparecer ao lado de Barbosa.
Em maio, o titular da Fazenda deixou o colega do Planejamento anunciar sozinho o corte de R$ 69,9 bilh�es em gastos p�blicos. Levy queria tesourada maior e perdeu. � �poca, alegou estar com "forte gripe" para n�o comparecer � entrevista.
Agora, Levy defendia um corte maior de despesas, da ordem de R$ 15 bilh�es. Dilma vetou. Nas reuni�es para fechar o Or�amento, o titular da Fazenda foi contra o governo explicitar o d�ficit e admitir que vai gastar mais do que prev� arrecadar em 2016. Disse que o sinal negativo poderia p�r em xeque a recupera��o econ�mica e provocar a perda do grau de investimento do Pa�s.
Barbosa, por sua vez, acreditava que a recria��o da CPMF poderia ajudar a sair dessa situa��o, al�m de financiar a sa�de. Sem apoio de pol�ticos e empres�rios, por�m, o governo recuou na batalha da CPMF. Nessa disputa, todos perderam um pouco, mas Levy foi o maior derrotado.