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Estado de Minas

Para cobrir d�ficit, Levy volta a procurar partidos


postado em 02/09/2015 10:31 / atualizado em 02/09/2015 11:05

Joaquim Levy queria um corte maior nas despesas públicas, mas presidente Dilma Rousseff vetou(foto: Valter Campanato/ Agência Brasil )
Joaquim Levy queria um corte maior nas despesas p�blicas, mas presidente Dilma Rousseff vetou (foto: Valter Campanato/ Ag�ncia Brasil )

Bras�lia - Mesmo sem esconder a contrariedade com o rombo escancarado no projeto de lei do Or�amento de 2016, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, come�ou a se reaproximar dos l�deres de partidos aliados no Congresso, na tentativa de encontrar uma solu��o para cobrir o d�ficit de R$ 30,5 bilh�es.

"N�s precisamos de firmeza para lidar com essa situa��o", disse Levy nesta ter�a-feira, 1º, na C�mara dos Deputados, ao comparar o atual quadro do pa�s ao do come�o dos anos 80. "A mar� mudou e a ficha tem que cair."

O ministro queria um corte maior das despesas p�blicas, da ordem de R$ 15 bilh�es, mas a presidente Dilma Rousseff n�o aceitou. Sem a recria��o da Contribui��o Provis�ria sobre Movimenta��o Financeira (CPMF), conhecida como "imposto do cheque", restou ao governo admitir o vermelho nas contas.

Levy foi contra, mas acabou vencido. Nas discuss�es internas, o titular da Fazenda questionou os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Aloizio Mercadante (Casa Civil) sobre o impacto, na economia, da decis�o de expor o d�ficit no Or�amento. O maior temor da equipe econ�mica � que as ag�ncias de classifica��o de risco rebaixem a nota do Brasil, que pode perder o grau de investimento.

Dilma, por�m, n�o gostou da nova tesourada oferecida por Levy e preferiu o Or�amento "realista". Ela tamb�m tinha d�vidas sobre a recria��o da CPMF, defendida por Barbosa e Mercadante como alternativa para n�o explicitar o rombo.

Foram tr�s dias de agonia, mas a presidente s� desistiu de vez da CPMF depois que o vice Michel Temer disse a ela que um projeto para aumentar imposto n�o passaria nem na C�mara nem no Senado. N�o foi s�: Temer avisou que n�o moveria uma palha para ajudar o Planalto. Al�m de n�o contar com o apoio dos aliados, Dilma n�o teve respaldo dos empres�rios.

Canh�es e miopia


Nos bastidores, Levy chegou a chamar a CPMF sugerida por Barbosa de "Grande Berta", numa alus�o ao canh�o produzido para a Primeira Guerra Mundial, que, apesar da capacidade para disparar muni��es a longa dist�ncia, n�o era eficiente, por causa do peso excessivo. Na outra ponta, a equipe do Planejamento dizia que a Fazenda agia de forma "m�ope", s� enxergando cortes � sua frente, sem sensibilidade pol�tica.

Depois da tempestade, por�m, Levy e Barbosa decidiram submergir. Dilma deu a ordem para que os dois mostrassem unidade no an�ncio da proposta or�ament�ria, na segunda-feira, mas o desconforto do ministro da Fazenda ficou evidente.

"O problema � que a briga do Levy � com a realidade. Diante do aumento do desemprego e da recess�o, n�o d� para ter um ajuste fiscal do tamanho que ele quer", afirmou o senador Romero Juc� (PMDB-RR). "A sensa��o que a gente tem � que Levy est� na frigideira, com o �leo cada vez fervendo mais", disse o senador C�ssio Cunha Lima (PSDB-PB).

Fiador da pol�tica econ�mica, o ministro sempre foi visto pelo mercado como uma "b�ssola", mas, nos �ltimos tempos, tem enfrentado a impaci�ncia de Dilma e o "fogo amigo" no PT e no governo. Apesar disso, n�o tem inten��o de deixar o cargo, ao menos por enquanto. "Se Dilma demitir Levy, o governo acaba", provocou o senador Agripino Maia (RN), presidente do DEM.


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