
O ministro da Fazenda tamb�m mostrou-se incomodado com o que chama de "sinais trocados" na condu��o da pol�tica fiscal. Para ele, a equipe econ�mica "precisa ter uma cara s�", sem contradi��es, numa refer�ncia �s "trombadas" com Nelson Barbosa, seu colega do Planejamento.
No encontro, a presidente deixou claro que o governo vai alterar a pe�a do Or�amento, enviada na segunda-feira ao Congresso e que prev� um d�ficit de R$ 30,5 bilh�es. Esse � exatamente o desejo de Levy, que espera "consolidar" uma proposta or�ament�ria que indique, por meio de corte de gastos e eventuais aumentos de arrecada��o, que a meta de super�vit de 0,7% do PIB do ano que vem ser� atingida.
Ao fim do encontro, ap�s Levy ter recebido o endosso de Dilma a suas queixas, coube a Mercadante falar com os jornalistas em nome do governo. Segundo ele, "Levy fica" porque "tem compromissos com o Brasil".
Desde o in�cio da manh�, Dilma trocou in�meros telefonemas com Levy. Apesar de ter ouvido uma defesa enf�tica a seu favor no dia anterior, o ministro continuava dando sinais de que ainda n�o se sentia completamente confort�vel para continuar no comando da condu��o da economia do Pa�s.
Com a subida da temperatura, Dilma convocou uma reuni�o de �ltima hora com Barbosa e Mercadante para convencer Levy a se manter no cargo. O ministro da Fazenda, ent�o, adiou de ontem para hoje a viagem para a reuni�o do G-20 na Turquia e aproveitou o encontro para apresentar suas condi��es: quer ver se transformar em pr�tica o apoio dado pela presidente na quarta-feira, quando Dilma negou "isolamento" do titular da Fazenda.
Apoio
O ministro Edinho Silva (Comunica��o Social) tamb�m foi escalado para assegurar em p�blico a perman�ncia de Levy. Segundo ele, "erra feio" quem aposta no desgaste do colega. "Levy fica porque nunca saiu. Sempre ficou."
Mercadante afirmou que os ministros do Planejamento e da Fazenda est�o "totalmente alinhados" e que Levy "est� na equipe, ajuda muito e vai continuar ajudando". Segundo o titular da Casa Civil, "num momento de instabilidade, h� uma alian�a entre os mal-informados e os mal-intencionados, gente especulando e tentado ganhar dinheiro com a turbul�ncia".
Mercado
As especula��es e diverg�ncias em torno do rombo no Or�amento levaram � percep��o no mercado financeiro de que Levy, considerado uma "�ncora" positiva no governo, tinha se enfraquecido. O d�lar disparou, atingindo ontem a m�xima de R$ 3,81.
A opera��o "segura Levy" come�ou ainda anteontem, quando o ministro se queixou com o vice-presidente Michel Temer. Levy voltou a encontrar o peemedebista ontem, e logo em seguida senadores do partido deram declara��es de apoio ao ministro da Fazenda.
Levy pediu socorro at� ao ex-chefe, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, que se reuniu com Dilma na manh� de quarta-feira e relatou a preocupa��o com os "sinais trocados" que estavam sendo transmitidos ao mercado e ao setor produtivo.
Trabuco reafirmou que Levy insistia na import�ncia de deixar claro que o governo n�o desistiu da meta de super�vit. Este era um ponto fundamental para dar sustenta��o a Levy.