Bras�lia, 06 - A investiga��o de dois ministros diretamente ligados � presidente Dilma Rousseff, ambos com gabinete no Pal�cio do Planalto, � mais um fator de desgaste para a petista e mais um ingrediente pesado ao clima pol�tico j� ruim de Bras�lia. Um ministro consultado pelo
Estado
tentou minimizar o problema alegando que "investiga��o n�o � den�ncia". Justificou ainda sua tese lembrando que, no final do m�s passado, a Procuradoria Geral da Rep�blica, respons�vel pelas investiga��es da Opera��o Lava Jato junto ao Supremo TRibunal Federal (STF), pediu o arquivamento do inqu�rito contra o ex-governador de Minas Gerais e senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) depois de ter, primeiro, aberto uma investiga��o, porque a PGR entendeu que n�o havia "elementos m�nimos" para prossegui-la. E � nisso que eles apostam.
A presidente Dilma tem defendido todas as investiga��es, mas tamb�m tem destacado que n�o � poss�vel fazer prejulgamento de ningu�m. Nesse clima, pelo menos por enquanto, n�o se fala em afastamento deles no Planalto. Mas a presidente sabe que ser� cobrada a endossar ou reiterar sua confian�a neles, ou ainda sair em defesa deles, como fez na �ltima quarta-feira, em rela��o ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, por motivos completamente diferentes.
Os ministros da Comunica��o Social, Edinho Silva, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que tiveram autoriza��o dada pelo STF para investiga��o, t�m reiterado que todas as doa��es foram legais. Mas uma das linhas desta investiga��o � se os recursos doados, mesmo que por meios legais, s�o oriundos de desvios de contratos, ou seja, de propina.
A presidente Dilma tem uma reuni�o agendada com os ministros no final do dia, no Pal�cio da Alvorada, e o tema, que antes estava previsto para ser buscar meios para cobrir o rombo de R$ 30,5 bilh�es do or�amento, deve se deslocar, mais uma vez, para a crise pol�tica. O vice-presidente Michel Temer, que havia sido convidado para esta reuni�o de domingo no Alvorada, n�o recebeu confirma��o do encontro e, a princ�pio, s� dever� estar com a presidente Dilma no palanque da Esplanada dos Minist�rios, durante as comemora��es do dia 7 de setembro, na manh� desta segunda-feira.
Os dois est�o afastados e este distanciamento ficou ainda mais claro depois de Temer dizer que, com 7% de popularidade, a presidente n�o resiste mais tr�s anos e meio. Na noite de s�bado, uma s�rie de inser��es do PMDB foram ao ar com a tem�tica de que "a verdade � sempre a melhor escolha", o que tamb�m foi entendido como mais uma pitada para o problema com o partido, que tem v�rios adeptos da teoria de que � preciso desembarcar do governo. Em um dos v�deos, o vice-presidente da Rep�blica e presidente nacional do partido, Michel Temer, ressalta que o PMDB "n�o tem medo da verdade que vir�".
Desfile
- H� uma preocupa��o do governo de como ser�o as manifesta��es no dia 7 de setembro pelo Pa�s. O PT desistiu de convocar a popula��o para ir �s ruas de verde e amarelo, mas sabe que poder� haver consequ�ncias ao an�ncio desta iniciativa, mesmo com o recuo. Para evitar alimentar o recrudescimento de uma nova onda de protestos e panela�os pelas cidades, a presidente Dilma Rousseff desistiu de convocar cadeia de r�dio e TV para exaltar o dia da P�tria. A exemplo do que aconteceu em primeiro de maio, sua manifesta��o dever� ser por meio das redes sociais, em particular o Facebook.
Um forte esquema de seguran�a foi montado para evitar que qualquer tipo de protesto chegue perto da presidente Dilma. Mas ela n�o est� livre de ser vaiada no trajeto. Para tentar evitar contratempos, as arquibancadas pr�ximas ao palanque presidencial ser�o ocupadas por convidados que receberam convites diretamente do Planalto. Al�m disso, haver� revistas para evitar faixas, cartazes e objetos que possam ser jogados contra as autoridades.
V�rios protestos est�o previstos de ocorrer, mas os manifestantes s� ter�o acesso � Esplanada dos Minist�rios ap�s o fim do desfile oficial. O boneco Pixuleco, que mostra o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva vestido com roupa de presidi�rio, tamb�m s� ter� acesso � Esplanada depois que as autoridades deixarem o local e as pistas forem liberadas.