O doleiro Alberto Youssef, pe�a central da Opera��o Lava-Jato, afirmou � Justi�a Federal em audi�ncia na �ltima sexta-feira que al�m do esquema de propinas na Petrobras ele tamb�m operava o caixa dois das empreiteiras UTC e OAS para pol�ticos em anos eleitorais. O doleiro revelou que pedia quantias para o ex-deputado Luiz Arg�lo (ex-PP e afastado do SD-BA) e seus aliados sem rela��o com os repasses que recebia da cota do PP no esquema de desvios na estatal. Segundo Youssef, o ex-parlamentar e seus aliados recebiam as "ajudas" de Ricardo Pessoa, dono da UTC, para o caixa 2 de suas campanhas.
Ele confirmou ainda ter solicitado, e recebido da UTC, dinheiro de caixa 2 da empreiteira para campanhas de prefeitos aliados de Arg�lo na Bahia em 2012 a pedido do ex-parlamentar. "Eu fiz esse pedido (de dinheiro de caixa 2 para aliados do ex-deputado) ao Ricardo Pessoa nesse sentido, e ai ele combinou com o Luiz Arg�lo e fez o repasses atrav�s de mim", contou Youssef. O depoimento do doleiro foi dado na a��o penal em que Arg�lo � r�u acusa��o de corrup��o, lavagem de dinheiro e peculato.
A revela��o do doleiro ocorre no mesmo tempo em que a Procuradoria-Geral da Rep�blica investiga, no Supremo Tribunal Federal, as suspeitas de caixa 2 de campanha da UTC para o ministro-chefe da Casa Civil Aloizio Mercadante e para o senador do PSDB Aloysio Nunes, sem rela��o com a corrup��o na Petrobras.
Tamb�m delator na Lava Jato, o empreiteiro Ricardo Pessoa � apontado pelos investigadores como o presidente do "clube vip" das empreiteiras que se apossaram de contratos bilion�rios da Petrobras entre 2004 e 2014. Em sua dela��o, ele afirmou ter se encontrado sete vezes com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e ter entregue R$ 2,4 milh�es em dinheiro vivo para a campanha do petista em 2006, mas admitiu n�o saber se o ex-presidente tinha conhecimento que o dinheiro era ilegal.
Ao todo, ele apontou pelo menos 18 pol�ticos com foro privilegiado perante o Supremo Tribunal Federal (STF) que teriam recebido propinas e implicou ao menos 15 partidos, que segundo ele recebiam doa��es legais e tamb�m repasses ilegais "para abrir portas" no Congresso.