Sem um “candidato natural” – um nome de visibilidade, testado nas urnas, que d� a largada com alto desempenho –, h� uma cole��o de projetos e aspira��es para a sucess�o de Marcio Lacerda (PSB) na Prefeitura de Belo Horizonte que saltam de dentro dos dois principais n�cleos pol�ticos. De um lado, petistas e peemedebistas, de outro, socialistas e tucanos ainda decidem se concorrer�o �s elei��es com uma s� candidatura j� no primeiro turno ou se buscar�o a pulveriza��o da disputa, empurrando a composi��o com o principal aliado para o segundo turno. Como em todo jogo, a estrat�gia de um grupo influenciar� a do outro e vice-versa.
Mas h� quem avalie que, se o campo tucano-socialista se dividir, tamb�m haver� no campo PT-PMDB duas candidaturas – uma em apoio � outra nos debates. Essa seria uma estrat�gia que se integra ao cen�rio da pulveriza��o neste momento desenhada. � que, entre tucanos e socialistas, v�rias outras candidaturas anunciam-se como “irrevers�veis”. Nas elei��es de 2012 elas se retiraram da disputa, mantendo-se em apoio � chapa de Marcio Lacerda, sustentada pelo PSDB. S�o elas: a do vice-prefeito D�lio Malheiros (PV) e a do deputado federal Eros Biondini (PTB). Tamb�m j� se colocou o deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT).
� primeira vista, a conjuntura aponta hoje para a pulveriza��o e a estrat�gia de unidade apenas no segundo turno. O PSDB definiu que chegou a hora de voltar a concorrer � Prefeitura de Belo Horizonte com um nome pr�prio, o que seria importante para a sua estrat�gia nacional. H� v�rios nomes que circulam: os deputados estaduais Jo�o V�tor Xavier e Jo�o Leite, al�m dos federais Paulo Abi-Ackel e Rodrigo de Castro. Do outro lado, Marcio Lacerda deixa claro que n�o abre m�o da condu��o da pr�pria sucess�o. Gostaria de um nome de sua confian�a. O mais citado, Josu� Valad�o, secret�rio municipal de Obras e Infraestrutura. Em 2012, Lacerda chegou a indic�-lo para vice em sua chapa, diante da amea�a de ruptura com o PT.
A converg�ncia de interesses entre tucanos e socialistas mineiros para 2018, contudo, amplia as margens de toler�ncia nas negocia��es conduzidas entre o presidente nacional do PSDB, senador A�cio Neves, e Marcio Lacerda. O interesse de ambos em permanecer juntos se consolida principalmente ao olhar de 2018. A�cio quer concorrer ao Pal�cio do Planalto, mas, para isso, precisa vencer a disputa interna com o governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin. O mineiro trabalha com a hip�tese de que, caso isso ocorra, precisar� de uma chapa forte nas elei��es estaduais mineiras. Lacerda seria um nome ao Pal�cio Tiradentes que consolidaria a aproxima��o nacional com o PSB – ou poderia ser contemplado na chapa majorit�ria do grupo em composi��o encabe�ada pelo ex-governador Antonio Anastasia. Em alguns c�rculos, Lacerda � considerado para, na eventualidade de Alckmin se firmar como o nome tucano para a disputa nacional, vir a ser o vice em sua chapa, j� que, com a desincompatibiliza��o, o socialista M�rcio Fran�a assumiria o governo de S�o Paulo.
Como a pulveriza��o pol�tica na sucess�o � PBH traz riscos para os dois campos pol�ticos advers�rios, do lado tucano-socialista, um terceiro nome poder� surgir, o que sinalizaria para uma disputa mais polarizada e menos pulverizada. O vice-prefeito D�lio Malheiros seria um deles. O ex-governador Alberto Pinto Coelho (PP) seria outro, com inconveniente de que seu partido, no �mbito nacional, est� na base de apoio de Dilma Rousseff (PT).