Em dela��o premiada, o dono da UTC, Ricardo Pessoa, relatou uma reuni�o com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, na qual foram acertadas doa��es pol�ticas. De acordo com o empreiteiro, o ministro, ent�o candidato ao governo paulista em 2010, presenciou um acerto para o repasse de R$ 250 mil em doa��o oficial � campanha e outros R$ 250 mil, dados em esp�cie, oriundos do caixa 2 da empreiteira.
O depoimento embasa um pedido de investiga��o contra o ministro, feito pela Procuradoria-Geral da Rep�blica ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Celso de Mello, relator do caso no Tribunal, ir� analisar o pedido ainda nesta semana. Na Corte, os depoimentos de Pessoa permanecem ocultos. O juiz federal S�rgio Moro, que conduz a Opera��o Lava-Jato na Justi�a do Paran�, no entanto, disponibilizou trechos do depoimento nesta segunda-feira.
Segundo Pessoa, foi Em�dio quem solicitou ao empreiteiro a doa��o de R$ 500 mil, metade em esp�cie e metade como doa��o oficial, sem especificar a raz�o para a divis�o na entrega do dinheiro.
O repasse de R$ 250 mil oriundos do caixa 2 do Grupo UTC, segundo Pessoa, foi feito pelo escrit�rio de advocacia de Roberto Trombeta. Na ocasi�o, Mercadante presenteou Pessoa com um livro e "n�o fez nenhum coment�rio", sobre o pedido de pagamento de parte da doa��o em esp�cie, segundo o delator.
Em nota, o ministro Aloizio Mercadante disse desconhecer o teor da dela��o de Pessoa. Mercadante relata ainda que confirmou a exist�ncia de um �nico encontro, por solicita��o do pr�prio empreiteiro, quando era pr�-candidato ao governo do Estado de S�o Paulo.
"A reuni�o, como j� afirmei em mais de uma oportunidade, ocorreu em minha resid�ncia pelo fato de me encontrar convalescendo de uma interven��o cir�rgica. O senhor Ricardo Pessoa estava representando as empresas de seu grupo econ�mico, a UTC e a Constran, acompanhado de um dirigente dessa empresa, que possui participa��o em grandes obras no Estado de S�o Paulo, a exemplo de metr�, pontes, rodovias, grandes obras vi�rias, entre outras", afirmou Mercadante.
Ele confirma que estava acompanhado por Em�dio, mas diz que n�o houve "qualquer discuss�o de valores, tampouco solicita��o de recursos de caixa dois por parte do coordenador de campanha".
"A contribui��o oficial para campanha foi tratada em momento bem posterior pela coordena��o de campanha e sem a minha presen�a. Na ocasi�o foi informada a disposi��o do senhor Ricardo Pessoa em contribuir com o valor de R$ 500 mil, em duas parcelas iguais, respeitando a legisla��o eleitoral. Assim, a tese de caixa dois � absolutamente insustent�vel, uma vez que s�o exatamente R$ 500 mil os valores declarados, em 2010, e devidamente comprovados em presta��o de contas � Justi�a Eleitoral, inclusive j� aprovada sem qualquer ressalva", explica o ministro.
O pedido de investiga��o de Mercadante n�o est� no gabinete do ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no STF, pois foi apartada das apura��es sobre o esquema de corrup��o na Petrobras. A investiga��o a respeito do ministro recai sobre crimes eleitorais com suposto recebimento de dinheiro oriundo de caixa 2.