
Bras�lia – Pouco mais de dois anos depois de ter iniciado os tr�mites para a cria��o da Rede Sustentabilidade, finalmente a ex-senadora Marina Silva deve ter o partido oficializado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O processo de registro da legenda est� na pauta de amanh� da corte. Pela primeira vez, o julgamento ser� feito com a sigla tendo 500 mil assinaturas validadas pelo tribunal. O novo pedido para cria��o da Rede foi protocolado em 28 de maio, com 56,1 mil novas assinaturas coletadas durante dois mutir�es no in�cio do ano.
Na sexta-feira, o relator do processo, ministro Jo�o Ot�vio Noronha, deu aval para que o assunto pudesse ser analisado pelo pleno do TSE. Do total de 56,1 mil assinaturas entregues, aproximadamente 55,7 mil foram validadas pelos t�cnicos da Se��o de Gerenciamento de Dados Partid�rios (Sedap) do Tribunal. Elas v�o se somar �s 442,5 mil assinaturas j� reconhecidas pela Justi�a Eleitoral e que est�o anexadas ao pedido de cria��o da legenda, encaminhado ao tribunal em 2013. Logo ap�s o fim do recesso no Judici�rio, o relator do pedido no TSE encaminhou o processo para a procuradoria dar o parecer, que foi favor�vel. Agora, o ministro segue essa mesma decis�o e deu seu voto a favor da valida��o da legenda.
A cria��o da Rede Sustentabilidade virou uma novela na vida de Marina Silva. Ex-ministra do Meio Ambiente durante o governo de Luiz In�cio Lula da Silva, ela deixou o PT, legenda � qual foi filiada durante mais de 30 anos, e entrou no PV para disputar as elei��es presidenciais de 2010. Marina come�ou a campanha de maneira discreta, mas uma arrancada na reta final lhe garantiu 18 milh�es de votos e quase a passagem para o segundo turno. Ap�s o bom desempenho, no entanto, ela entrou em rota de colis�o com a dire��o do PV e decidiu abandonar a legenda para fundar o pr�prio partido.
REJEI��O
Come�ava, em 2012, o p�riplo de Marina. Ela conseguiu angariar apoiadores e ide�logos, que se autointitularam de “sonh�ticos”, mas n�o teve sucesso na tarefa de recolher, em 2013, as 500 mil assinaturas necess�rias para registrar o partido. Ela reclamou de persegui��o pol�tica, mas o TSE n�o voltou atr�s. Marina foi, ent�o, convidada pelo presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a filiar-se ao PSB e concorrer, ao lado dele, na disputa presidencial de 2014.
Recome�o
Ap�s a queda do jatinho que levava Campos para um compromisso oficial em Santos, em agosto de 2014, que provocou a morte do candidato socialista, Marina se tornou candidata do PSB ao Planalto. Chegou a liderar a disputa, mas ficou fora do segundo turno mais uma vez. No in�cio deste ano, deixou o partido e retomou a coleta de assinaturas para criar a Rede.
Um novato na briga
Bras�lia – Executivos do mercado financeiro e profissionais liberais capitanearam a cria��o do 33º partido pol�tico brasileiro, oficializado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na semana passada. Com as bandeiras da redu��o do aparelho estatal, da aprova��o do voto facultativo e da extin��o do fundo partid�rio, o Partido Novo tenta colher filiados com o discurso de que entrar� na pol�tica com o intuito de diminuir o poder dos pol�ticos.
Os fundadores, segundo o site do partido, s�o administradores, engenheiros, estudantes, advogados, m�dicos, economistas, empres�rios, arquitetos e outros, de 10 estados do pa�s. Para atingir os ideais de diminui��o do Estado, o partido pretende agir de dentro dele, com uma gest�o que se assemelharia � empresarial, explica Cl�udio Barra, presidente do diret�rio do partido no Distrito Federal. “Queremos tirar da figura estatal e dos pol�ticos as responsabilidades das pessoas. O candidato do Novo vai para l� com o intuito de diminuir o poder do pol�tico e devolver para o indiv�duo. � como cortar a pr�pria carne.”
Uma das principais sugest�es do partido � a distribui��o de vouchers, em que o Estado distribui uma esp�cie de vale a ser usado pela popula��o para o acesso a servi�os p�blicos. “Para uma pessoa humilde, � melhor ter um voucher para escolher a escola em que deseja matricular os seus filhos, ou colocar na que tem? Pensamos isso n�o s� na educa��o.” Com diret�rios em nove estados, avesso a coliga��es e ainda sem projetos setoriais definidos, o partido, que est� em fase de filia��o desde quarta, planeja lan�ar candidatos a vereador e prefeito nas elei��es municipais de 2016.”
Assinaturas
De acordo com Barra, o Novo recolheu cerca de 1 milh�o de assinaturas desde 2011, mas uma parte acabou invalidada, pois alguns eleitores estavam com os t�tulos suspensos ou assinaram de maneira diferente que no documento. No fim, foram validadas 492 mil, das 486 mil exigidas. “Existe uma barreira de entrada muito grande. Foram mais de 200 mil assinaturas s� no DF. Depois, passamos pelo crivo do TSE, o processo ficou um ano parado, � uma burocracia enorme. Partidos com celebridades s�o aprovados em um m�s, o nosso teve que teimar mesmo com os requisitos preenchidos”, reclama.