O advogado-geral do Senado, Alberto Cascais, passou a �ltima semana de folga no exterior sem comunicar seu afastamento para a Casa Legislativa. Nos registros do Senado, consta apenas que ele tirou dez dias de f�rias em janeiro deste ano. Na sua p�gina no Facebook, o advogado respons�vel pelo �rg�o jur�dico do Senado, postou fotos dizendo que estava em Dubrovnik, na Cro�cia. "Uma cerveja croata em Dubrovnik", escreveu numa das mensagens.
A legisla��o impede o afastamento dos servidores p�blicos sem pr�via comunica��o aos seus superiores, no caso o presidente do Senado. Entre as responsabilidades de Cascais est� a de se manifestar em todos os casos que necessitem de parecer jur�dico, entre eles nomea��es e puni��es administrativas de servidores pelo n�o cumprimento das regras. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), n�o foi encontrado neste domingo para comentar sobre a aus�ncia do seu funcion�rio na �ltima semana.
Nos �ltimos seis meses, pelos registros do Senado, Cascais assinou apenas dois atos publicados no boletim do Senado. Um deles trata da cria��o de uma comiss�o para realizar levantamento e an�lise dos processos e documentos pendentes de manifesta��o na advocacia do Senado. O outro prorroga o prazo de vig�ncia da mesma comiss�o. A reportagem apurou que existe um volume grande de pend�ncias sem decis�o na advocacia-geral dependendo de parecer de Cascais.
Uma das defesas do advogado internamente � que o Senado volte a remunerar os servidores que participam das comiss�es t�cnicas. O pagamento foi extinto ap�s a imprensa revelar que os grupos de trabalho eram criados apenas para aumentar a remunera��es de funcion�rios.
Cascais foi indicado para a advocacia-geral do Senado pelo presidente da Casa, Renan Calheiros, com quem j� havia trabalhado. Antes disso, tamb�m ocupou o mesmo cargo duas vezes por indica��o do ex-senador Jos� Sarney (PMDB-AP), nos per�odos em que ele presidiu o Senado.
Numa dessas vezes, em 2008, Cascais deixou o cargo ap�s criar pol�mica por assinar um parecer a favor do nepotismo no Senado. Em 2014, concorreu a uma vaga no Tribunal Regional Federal da 1ª Regi�o, mas conseguiu apenas 3 dos 14 votos necess�rios dos colegas para integrar lista tr�plice. A reportagem n�o conseguiu contato com Cascais no domingo.