A Pol�cia Federal abriu nova etapa da investiga��o contra o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear preso na Opera��o Radioatividade - desdobramento da Lava-Jato - por suspeita de receber R$ 4,5 milh�es em propinas nas obras de Angra 3. O alvo do inqu�rito s�o cinco offshores situadas no exterior e atribu�das a Othon Luiz. Os investigadores suspeitam que por essas empresas supostamente de fachada transitou dinheiro de propina em processo de lavagem do dinheiro.
O documento do Minist�rio P�blico Federal � subscrito pelos procuradores Athayde Ribeiro Costa e Paulo Roberto Galv�o de Carvalho. Eles sugerem � PF, inicialmente, que realizem as buscas por meio dos bancos de dados p�blicos ou mediante os acordos de coopera��o � disposi��o da Pol�cia.
O almirante foi preso no dia 28 de julho. Em 3 de setembro, Othon Luiz e mais 13 alvos da investiga��o foram denunciados pela Procuradoria da Rep�blica por crimes de corrup��o, lavagem de dinheiro, embara�o � investiga��o e organiza��o criminosa. A acusa��o foi recebida pelo juiz federal S�rgio Moro, que colocou o almirante no banco dos r�us. � o primeiro processo criminal da Lava-Jato fora do universo da Petrobras, ber�o do esquema de propinas instalado entre 2004 e 2014.
Al�m de Othon Luiz, que est� preso em uma base militar de Curitiba, s�o acusados sua filha, Ana Cristina da Silva Toniolo, o presidente da empreiteira Andrade Gutierrez, Ot�vio Marques de Azevedo, e o presidente da Andrade Gutierrez Energia, Fl�vo David Barra.
Quando indiciou criminalmente o almirante e os outros investigados da Radioatividade, a Pol�cia Federal informou a Procuradoria e o juiz Moro que precisava 'aprofundar a investiga��o', incluindo a an�lise de documentos e m�dias apreendidas quando a miss�o foi deflagrada.
A PF quer, ainda, fazer uma ampla leitura de e-mails dos executivos G�rson de Mello Almada e Cristiano Kok, da empreiteira Engevix , e abrir acervo de inform�tica que totaliza 68 HDs de computadores e notebooks, 29 celulares e tablets, 71 dispositivos USB/pendrives, 24 CDs e DVDs, 34 dispositivos diversos (como disquetes e fitas).
A nova fase da investiga��o sobre o almirante da Eletronuclear compreende, tamb�m, acesso � dela��o premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia - apontado como o presidente do 'club vip' das gigantes da constru��o que se teriam apossado de contratos bilion�rios da Petrobr�s.
Os investigadores querem acesso aos documentos entregues pela empreiteira Camargo Corr�a no �mbito do acordo de leni�ncia firmado com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica) �rg�o antitruste do governo federal.
Uma outra ponta da investiga��o da PF busca 'aprofundar a investiga��o quanto a todos os servidores da Eletronuclear que tiveram participa��o na defini��o dos crit�rios da pr�-qualifica��o no Edital nº GAC.T/CN-005/11 e quanto a outras pessoas que teriam recebido parte da propina paga pelas empreiteiras'.
"Assim, considerando a impossibilidade de examinar todo o material � disposi��o da investiga��o e de apurar toda a gama de il�citos praticados, o Minist�rio P�blico Federal manifesta-se pelo retorno do inqu�rito � autoridade policial para o prosseguimento do feito, com a realiza��o das dilig�ncias j� indicadas", finaliza o documento da Procuradoria.
Othon Luiz nega recebimento de propinas nas obras de Angra3. Logo no in�cio das investiga��es, quando ainda estava preso em regime tempor�rio por cinco dias - depois convertido em pris�o preventiva - o almirante alegou que se sentia ofendido com as suspeitas lan�adas contra ele.
Os outros investigados, como Ot�vio Marques e Fl�vio Barra, tamb�m n�o aceitam as acusa��es da for�a-tarefa da Lava-Jato. Eles alegam inoc�ncia.