O ex-gerente-geral da �rea Internacional da Petrobras e novo delator da Lava Jato, Eduardo Vaz Costa Musa, afirmou � for�a tarefa da Lava Jato que a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, foi uma das opera��es da estatal onde ocorreu o pagamento de propinas no esquema de corrup��o da Petrobras.
"O tema de pagamento de propina foi apresentado ao declarante por Luis Carlos Moreira; que mostrou uma planilha de divis�o de propinas da �rea Internacional da Petrobras e que nesta planilha estava Pasadena, Petrobras 10.000 e Vit�ria 10.000 (dois navios-sonda contratados pela estatal)", relatou o delator sem dar mais detalhes sobre como foi a propina na pol�mica refinaria.
� a primeira vez que um executivo da Diretoria Internacional, �rea que atuou diretamente na compra da refinaria em 2006, admite propina no pol�mico neg�cio que causou, segundo o Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), preju�zo de US$ 792 milh�es. At� ent�o, somente o ex-diretor de Abastecimento e tamb�m delator Paulo Roberto Costa, havia mencionado a propina envolvendo o neg�cio. Costa afirmou, sem dar mais detalhes, que a propina neste neg�cio poderia ter chegado a US$ 30 milh�es, e disse que recebeu US$ 1,5 milh�o para "n�o atrapalhar" a compra.
O neg�cio foi aprovado pelo conselho de administra��o da estatal brasileira, � �poca presidido pela ent�o ministra-chefe da Casa Civil, a hoje presidente da Rep�blica Dilma Rousseff. Dilma diz que s� aprovou a compra porque o conselho recebeu um resumo t�cnico "falho" e "incompleto" sobre a aquisi��o.
Navios-sonda
Das tr�s obras que o delator citou em seu depoimento, apenas o caso de Pasadena n�o virou alvo de a��o na Justi�a no �mbito da Lava Jato. A propina envolvendo os dois navios-sonda citados por Eduardo Musa j� foi alvo de den�ncia da Lava Jato que levou � condena��o de 12 anos e tr�s meses de pris�o para o ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerver� e a 16 anos de pris�o para um dos lobistas que teria operado propina para o PMDB, Fernando Ant�nio Falc�o Soares, conhecido como Fernando Baiano.
Na senten�a, o juiz S�rgio Moro, respons�vel pela Lava Jato na Justi�a Federal no Paran�, afirmou que ficaram comprovados o pagamento de US$ 54 milh�es em propina para Cerver� e Baiano. Nesta mesma a��o, o delator J�lio Camargo afirmou ter sido pressionado pelo presidente da C�mara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a lhe pagar US$ 5 milh�es em propina referentes aos navios-sonda. O caso deu origem a uma den�ncia da Procuradoria-Geral da Rep�blica contra o parlamentar por corrup��o e lavagem de dinheiro perante o Supremo Tribunal Federal.