
O debate em torno do veto presidencial ao financiamento empresarial de campanhas publicado na noite de ter�a-feira, 29, em edi��o extraordin�ria do Di�rio Oficial da Uni�o (DOU) instaurou uma disputa entre os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pode inviabilizar nesta quarta-feira, 30, a sess�o do Congresso para apreciar vetos presidenciais.
Dentre eles, os conhecidos como "pauta-bomba", que geram grandes impacto aos cofres p�blicos em um momento de crise econ�mica. Cunha disse a aliados que, sem a aprecia��o aos vetos da reforma eleitoral - a presidente tamb�m vetou o item que obriga a impress�o dos votos nas urnas eletr�nicas -, ele pretende derrubar a sess�o do Congresso convocada para as 11h30.
Dois vetos que seriam apreciados preocupam o governo: o do reajuste dos servidores do Poder Judici�rio, que tem impacto de R$ 36,2 bilh�es at� 2019; e o que atrela o reajuste do sal�rio m�nimo a todos os benef�cios do INSS - o que representa uma despesa extra de R$ 11 bilh�es em id�ntico per�odo. Somente ap�s desarmar esta "pauta-bomba" � que a presidente pretende anunciar a reforma ministerial que est� em curso.
Feita a amea�a por Cunha, o governo apressou-se para publicar a edi��o extra do DOU e encaminhar a mensagem ao Congresso Nacional, cedendo � press�o de Cunha. Renan Calheiros, no entanto, recusou-se a incluir os novos vetos na pauta da sess�o desta quarta. "A aprecia��o deste veto quando o Pa�s espera que concluamos a aprecia��o dos outros vetos seria um gesto in�til do Congresso Nacional, sem nenhuma efic�cia", disse o presidente do Senado. Renan tamb�m � presidente do Congresso, por isso, cabe a ele comandar as sess�es conjuntas das duas Casas. Para Renan, uma eventual vota��o do veto ao financiamento empresarial tamb�m pode ser vista pelo Supremo Tribunal Federal como afronta. Em decis�o colegiada h� duas semanas, o STF declarou a doa��o empresarial inconstitucional.
A resposta de Cunha foi imediata. Ele convocou sess�o para o mesmo hor�rio da reuni�o do Congresso. "A posi��o da maioria dos lideres � n�o votar nenhum veto se n�o puder votar vetos da lei eleitoral", disse o presidente da C�mara. Diante da nova amea�a, Renan disse que convocaria uma outra sess�o do Congresso t�o logo seja conclu�da a sess�o da C�mara. Cunha, no entanto, pretende estender a reuni�o da Casa que comanda at� a noite, inviabilizando tamb�m assim a segunda tentativa de Renan, que disse que, sem o plen�rio da C�mara, realizaria sess�o "at� debaixo de uma �rvore".
Antes da declara��o de guerra, os dois presidentes tentaram negociar, mas n�o chegaram a um acordo.