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Estado de Minas

Deputado federal suplente � pe�a chave do PT para frear o impeachment

Advogado Wadih Damous deixou o banco de reservas da C�mara dos Deputados para barrar a tramita��o do impeachment da presidente Dilma Rousseff, ao conseguir liminar no STF


postado em 18/10/2015 07:00 / atualizado em 18/10/2015 07:37

O advogado Wadih Damous figurou no notici�rio na semana passada como um dos quatro deputados da base do governo que conseguiram frear os planos da oposi��o de tirar a presidente Dilma Rousseff (PT) do poder. Autor de um dos mandados de seguran�a acatados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – que, na ter�a-feira, suspendeu manobra tra�ada pelo presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para dar andamento a um eventual processo de impeachment –, Damous (PT-RJ), novato na casa legislativa, n�o est� mais na C�mara. Suplente, ele deixou na sexta-feira o cargo de deputado para dar lugar a Fabiano Horta, titular da vaga. Damous saiu, mas voltar�.

 

Ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de Janeiro, ele � uma pe�a estrat�gica do partido na C�mara em meio � crise pol�tica. Numa negocia��o recorrente entre parlamentares, o advogado saiu do cargo, temporariamente, para que Horta pudesse apresentar emendas milion�rias ao Or�amento 2016, cujo prazo termina na ter�a-feira. Assim como Damous, outros tr�s deputados suplentes tiveram que dar lugar esta semana a colegas que estavam exercendo cargos no Executivo.

 

“A pol�tica tem dinamismo pr�prio. O Or�amento est� fechando e tenho indica��es de emendas num total de R$ 15 milh�es. Sou de Maric� (RJ) e j� havia assumido uma s�rie de compromissos na �rea da sa�de e infraestrutura”, afirma Horta, que estava exercendo o cargo de Secret�rio Municipal de Desenvolvimento Econ�mico Solid�rio na prefeitura do Rio. “Na semana que vem, eu volto a assumir a mesma secretaria”, diz.

 

No ano passado, cada parlamentar teve direito a apresentar emendas no total de R$ 16,3 milh�es. Este ano, o valor ainda n�o est� definido, segundo a C�mara. “Como Fabiano Horta ser� candidato a prefeito numa cidade do Rio, ele queria apresentar as emendas”, explicou Damous, em entrevista por telefone ao Estado de Minas. Ele disse que retomar� as atividades parlamentares j� no in�cio da pr�xima semana e que o m�rito do processo no STF n�o deve demorar a ser julgado.

“Hoje n�o � nosso problema, � um problema do Eduardo Cunha”, disse.

 

Eleito com 37,8 mil votos, Damous, de 59 anos, chegou � C�mara em maio e, apesar de novato, � cacifado no meio jur�dico e famoso pelas declara��es pol�micas, sendo figura importante para o PT em tempos de crise. Na ter�a-feira, ele disse que a ida ao STF tem como objetivo garantir o respeito � Constitui��o, o imp�rio da lei. “O que queremos � impedir o rito inconstitucional. N�o podemos aceitar o rito paraguaio, o golpe que est� em andamento”, afirmou.

 

Mesmo antes de assumir o mandato, o advogado trabalhista, que tamb�m presidiu a Comiss�o Estadual da Verdade do Rio, n�o economiza cr�ticas em casos como o mensal�o e a Opera��o Lava-Jato, que investiga propina na Petrobras. Tamb�m se tornou um cr�tico contumaz do ex-ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensal�o. “Joaquim Barbosa � uma ame�a s�ria e concreta � democracia e ao estado de direito”, afirmou. Na �poca da pris�o do ex-deputado Jos� Genoino, em 2013, o advogado afirmou que sua pris�o em regime fechado “por si s�, configura uma ilegalidade e uma arbitrariedade”. Logo que assumiu o mandato, j� usou a tribuna para contestar comportamento do juiz federal S�rgio Moro, no comando da Opera��o Lava-Jato. Segundo ele, a opera��o � conduzida de forma “abusiva” e “arbitr�ria”.

Nervos � flor da pele

Enfrentando amea�a de abertura de processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff viveu nos �ltimos 10 dias uma prova de nervos. Em meio � turbul�ncia, Dilma estava “tensa, mas firme”, de acordo com o relato de pessoas que estiveram com ela. O per�odo de maior preocupa��o foi entre s�bado e segunda-feira da semana passada, quando o governo dava como certa a deflagra��o de seu impedimento na C�mara. “Ela estava tensa na �ltima semana, mas firme, resolvendo, querendo enfrentar”, disse um aliado.

 

O calv�rio da presidente come�ou no dia 6, v�spera da vota��o das contas de 2014 pelo Tribunal de Contas da Uni�o, que aprovou parecer pela rejei��o. Assessores pr�ximos relataram que Dilma desmarcou compromissos e focou exclusivamente nas conversas com o advogado-geral da Uni�o, Lu�s In�cio Adams, e ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo.
O cen�rio cr�tico na segunda-feira mudou na ter�a. Pouco antes da reuni�o de coordena��o pol�tica do governo, o ministro Teori Zavascki, do STF, concedeu liminar suspendendo o rito estabelecido pelo presidente da C�mara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para o andamento do pedido de impeachment. Nesse momento, a presidente ficou “confiante”, segundo ministros, de que o processo no Congresso para derrub�-la n�o vai prosperar. Apesar de o n�cleo mais pr�ximo da presidente repetir que ela est� “�tima”, um auxiliar disse ter notado mudan�as em seu comportamento: “Ela tem falado pouco, fica olhando para seus interlocutores com ar de desligada. Est� sem for�a, estranha”, disse ele.

 

Dilma costumava ser criticada justamente por n�o ouvir. Uma reclama��o recorrente era de que “s� ela fala”. Outra mudan�a � que n�o se ouvem mais relatos das famosas broncas de Dilma em seus ministros e assessores. “J� foi o tempo em que a gerentona mandava”, provocou um integrante da c�pula do PMDB. Mas a impaci�ncia da presidente n�o desapareceu de todo. Na posse dos novos ministros, Dilma reclamou publicamente, de que o nome do novo Minist�rio das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos estava escrito errado em seu discurso, com “Igualdade Racial” na frente de “Mulheres”.

 

Outras pessoas pr�ximas da presidente, no entanto, dizem que ela reage bem em momentos de crise. “Quanto mais cutucam ela, mas ela fica com vontade de brigar”, diz um assessor pr�ximo. Mesmo nos piores dias, a presidente se manteve fiel � atividade que tem sido chave, segundo seus interlocutores, para aguentar o roj�o: ela pedala ao menos 40 minutos diariamente por volta das 7h.


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