
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), C�rmen L�cia, afirmou nesta segunda-feira que, para ela, a palavra "crise" est� desmoralizada, ao se referir ao atual momento pol�tico e econ�mico do Pa�s. "Desde crian�a eu ou�o que o Brasil est� em crise, ent�o, para mim, essa palavra est� desmoralizada", disse, durante evento na Associa��o de Advogados de S�o Paulo (AASP), no centro da capital paulista.
Em seguida, ela lembrou uma conversa em que um dos assessores do ex-governador de Minas Gerais Tancredo Neves lamentou a falta de dinheiro para governar e reclamou de uma suposta crise. Segundo C�rmen L�cia, Tancredo teria respondido: "Se houvesse dinheiro e estivesse tudo bem, n�o teria raz�o de ter algu�m para administrar".
A ministra tamb�m comentou a cobran�a dos cidad�os brasileiros para que a Justi�a seja mais r�pida em suas decis�es e admitiu que n�o consegue dar conta dos processos que est�o em seu gabinete para an�lise. "Mas a Justi�a � urgente. Sei que � meu dever fazer o que n�o consigo para dar conta. E mais, nunca se teve tanta pressa. As pessoas n�o aguentam mais esperar por um Estado que n�o d� uma resposta pronta para todos os brasileiros", disse.
C�rmen L�cia fez ainda elogios � Constitui��o brasileira e disse que as qualidades da Carta "superam em muito" os seus defeitos. "Nossa constitui��o n�o � perfeita, mas nenhuma constitui��o � perfeita. � uma boa constitui��o, que se faz necess�ria nesse momento de transi��o de agruras para grandes possibilidades. Se a cumprirmos, corremos o s�rio risco de entrar em uma democracia permanente e exemplar", afirmou. Segundo ela, existem 954 propostas de emenda � Constitui��o que tramitam no Congresso Nacional.
A ministra disse tamb�m que � mais dif�cil ser um juiz no Brasil do que na Alemanha ou na Finl�ndia porque, segundo ela, a sociedade brasileira � mais plural. "O juiz tem de ser o mesmo para o empres�rio paulista que anda de helic�ptero e para o cidad�o que mora em Altamira (no Par�) e tem de andar a p� durante dois dias para ter atendimento m�dico", declarou.