S�o Paulo - O lobista Fernando Falc�o Soares, o Fernando Baiano, apontado como um dos operadores de propinas na Petrobras, revelou em sua dela��o premiada que partiu do presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a iniciativa de pressionar multinacionais a pagar propina referente a contratos de navios-sonda da estatal por meio de requerimentos apresentados na C�mara.
De acordo com a den�ncia da Procuradoria-Geral da Rep�blica, o pagamento de propina de US$ 40 milh�es relativa aos contratos de constru��o de dois navios-sonda pelas multinacionais Samsung e Mitsui foi acertado entre Baiano e o lobista J�lio Camargo, que representava as empresas e atualmente tamb�m � delator na Lava-Jato.
A propina seria dividida entre o ent�o diretor da Petrobras Nestor Cerver� e seus subordinados na Diretoria, Fernando Baiano e Eduardo Cunha, que teria ficado com US$ 5 milh�es.
A partir de 2010, contudo, Camargo deixa de realizar os pagamentos e, de acordo com Baiano, ainda faltava quitar R$ 16 milh�es. Diante doa atraso, diz o delator, foram realizadas reuni�es entre ele e o peemedebista na casa e no escrit�rio de Cunha, no Rio, entre 2010 e 2011. Nesses encontros foi definida a estrat�gia para pressionar o lobista.
O uso do requerimento na C�mara pedindo explica��es sobre os contratos das empresas representadas por Camargo com a Petrobras � um dos elementos que embasou a den�ncia contra o presidente da C�mara no Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte ainda vai decidir se aceita a a��o.
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A primeira reuni�o descrita por Baiano na resid�ncia de Cunha teria ocorrido no segundo semestre de 2010, quando o presidente da C�mara era candidato a deputado federal pelo PMDB do Rio. Baiano disse ter revelado o acerto com Camargo e pediu ajuda do parlamentar para pression�-lo a quitar a d�vida em troca de dividir sua porcentagem da propina com ele.
Como estava envolvido com a elei��o, na �poca, o peemedebista teria lhe dito que n�o teria condi��es de "gastar tempo" com aquilo, mas que pensaria em uma solu��o. Apresentou, no segundo encontro, em 2011, a ideia dos requerimentos na C�mara.