
O prefeito de S�o Paulo, Fernando Haddad, est� sendo pressionado por aliados a deixar o PT e iniciou uma s�rie de consultas a conselheiros da pol�tica e do mundo acad�mico sobre a possibilidade de abandonar o partido pelo qual foi eleito.
O entorno de Haddad acha que, pelo PT, ele n�o tem chances de se reeleger. O prefeito tamb�m teme que o desgaste do partido por causa das den�ncias possa dificultar sua reelei��o. Por enquanto, conforme o Estado apurou, a op��o preferencial de Haddad seria integrar a Rede, legenda rec�m-criada pela sua amiga e ex-colega de Minist�rio Marina Silva. Em p�blico, o prefeito nega a movimenta��o.
O PT, que neste ano perdeu a senadora Marta Suplicy (SP) para o PMDB, n�o aceita a possibilidade de Haddad ir para outra legenda antes de concluir seu mandato, que vai at� o final do ano que vem.
Conforme a nova regra eleitoral, fica permitida a troca de partido at� seis meses antes das elei��es. Ser� considerada justa causa para a desfilia��o "mudan�a substancial ou desvio reiterado do programa partid�rio".
Apesar da pouca estrutura da nova legenda, Haddad est� empolgado com as recentes declara��es de Marina sobre a necessidade de um novo "campo de esquerda" no espectro pol�tico brasileiro ap�s a crise do PT. Se for para a Rede, o prefeito de S�o Paulo seguir� o mesmo caminho de outros ex-petistas que estavam insatisfeitos, como o deputado federal do Rio Alessandro Molon. A possibilidade provoca calafrios na c�pula petista que v� na reelei��o de Haddad a chance de o partido se salvar de um "tsunami eleitoral" nas elei��es municipais do ano que vem.
O elo entre Haddad e Marina Silva tem sido a educadora Neca Set�bal, com quem o prefeito mant�m contato desde o per�odo em que ocupou o Minist�rio da Educa��o - na mesma �poca, Marina era ministra do Meio Ambiente do governo Lula. Algumas semanas atr�s ela foi procurada pelo secret�rio municipal de Educa��o, Gabriel Chalita. Isolado no PMDB desde a entrada de Marta Suplicy na sigla, Chalita procura outro partido para se candidatar a vice de Haddad e prop�s que a Rede integrasse a chapa do petista.
"O Chalita nos procurou e dissemos a ele que buscamos construir uma identidade para o partido a partir de um n�cleo program�tico e que n�o � o caso, agora, de buscar um arranjo para a elei��o em S�o Paulo", disse o porta-voz da Rede, Bazileu Margarido.
Ao rejeitar a proposta de Chalita, a Rede teria sinalizado interesse em ter Haddad como candidato em 2016. O prefeito, segundo membros da Rede, autorizou o secret�rio de Educa��o a prosseguir nas conversas com Neca.
Al�m de Neca, as consultas de Haddad incluem um grupo restrito de intelectuais e acad�micos e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O flerte do prefeito com os tucanos n�o se restringe � rela��o com FHC. O governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), teria oferecido ao petista a possibilidade de ingressar no PSB. Haddad tinha excelente rela��o com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morto no ano passado.
Ex-presidente
As dificuldades para a sa�da do prefeito do PT, no entanto, s�o muitas. Haddad administra um dos maiores or�amentos do Pa�s e � visto por seus colegas e correligion�rios como a maior esperan�a de renova��o do partido. Outros entraves passam pela rela��o direta de Haddad com Dilma. O prefeito se queixa da falta de ajuda financeira do governo federal para sua gest�o, mas mant�m apre�o pela presidente, que ele exclui do que chama de "crise �tica".
Conforme um dos assessores de Haddad, o futuro dele no PT tamb�m depende do que vai acontecer com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, seu padrinho pol�tico e respons�vel pela candidatura vitoriosa � Prefeitura de S�o Paulo em 2012. A decis�o ainda n�o est� tomada. "N�o posso fazer isso com o Lula agora", teria dito.