“A solu��o da crise econ�mica no Brasil passa pela solu��o da crise pol�tica.” A avalia��o � do presidente da Confedera��o Nacional das Ind�strias (CNI), Robson Andrade, que participou nessa segunda-feira (26), em Belo Horizonte, do lan�amento do projeto Sudeste Competitivo. Ele afirmou que o pa�s precisa de uma “reforma administrativa s�ria”, criticando as mudan�as feitas pela presidente Dilma Rousseff (PT) no in�cio do m�s e que pouco avan�aram at� agora. Andrade cobrou tamb�m da oposi��o, que, “assim como a situa��o, n�o tem capacidade para apresentar para a sociedade um projeto de um novo Brasil”.
Segundo ele, a recria��o da CPMF n�o solucionar� os rombos nos cofres p�blicos e seria uma injusti�a com a popula��o que j� arca com altos impostos. “A CNI e as federa��es s�o completamente contra a recria��o da CPMF. Ela n�o resolve o problema do pa�s. J� vimos que � um imposto de m� qualidade e que prejudica as cadeias produtivas mais longas. Al�m de n�o impactar as pessoas de maneira igual. � um imposto ruim”, afirmou Andrade.
Para o presidente da CNI, os problemas or�ament�rios s�o resultados de gastos excessivos da administra��o federal e que ser�o precisos cortes na m�quina p�blica para equilibrar as contas. “Pagamos um volume muito grande de impostos, que chega a 37% do que produzimos. Se consideramos ainda o d�ficit p�blico, veremos que a sociedade contribui com mais de 40% do total que produz para cobrir os problemas no or�amento”, avaliou.
Ao avaliar as perspectivas do setor industrial no fim do ano, Andrade considerou a situa��o muito negativa e aqu�m do que o Brasil pode produzir. “Est�vamos com uma participa��o no PIB que girava em torno de 13%, agora vamos fechar o ano com cerca de 9,5%. S�o n�meros muito baixos para um pa�s do tamanho do Brasil”, criticou.
Sobre as reformas necess�rias para a economia voltar a crescer, o presidente da CNI afirmou que � preciso uma posi��o mais corajosa do governo para implementar mudan�as significativas na gest�o do pa�s. “N�o adianta fazer altera��es paliativas. Precisamos de uma reforma na previd�ncia, trabalhista e tribut�ria, al�m de uma reforma administrativa s�ria. Infelizmente, o (ex-presidente) Fernando Henrique Cardoso trocou essas reformas pela reelei��o e as reformas nunca foram feitas. Hoje, temos um problema pol�tico por causa da reelei��o, que se mostrou um mau neg�cio”, afirmou Andrade.
O plano lan�ado nessa segunda-feira pela CNI, em parceria com as federa��es das ind�strias dos quatro estados da regi�o, identifica 86 obras consideradas urgentes para modernizar a malha de transporte e reduzir os custos com log�stica. De acordo com o estudo, a Regi�o Sudeste precisa de investimentos de R$ 63,2 bilh�es na malha de transportes at� 2020. Essas obras permitiriam economia anual de at� R$ 8,9 bilh�es com o transporte de cargas.
Durante o encontro, empres�rios citaram um atraso de 30 anos na infraestrutura brasileira e a import�ncia da retomada de investimentos. Para o presidente da Fiemg, Olavo Machado, mesmo diante de um cen�rio adverso, o setor produtivo n�o pode se acomodar com a falta de investimentos e deve buscar solu��es para melhorar a log�stica nacional. “As parcerias p�blico-privadas s�o uma boa op��o. O governo n�o pode, diante das dificuldades, falar que n�o tem dinheiro e assim paralisar o pa�s. J� ficamos ref�ns por muito tempo de governos incompetentes”, disse. O projeto Sudeste Competitivo � a �ltima publica��o da s�rie Estudos Regionais de Competitividade. J� foram apresentados planos para todas as outras regi�es.