Bras�lia, 27 - Um dos principais delatores da Opera��o Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef afirmou, em depoimento � CPI dos Fundos de Pens�o nesta ter�a-feira, 27, que ouviu dizer pelo mercado que o ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto era um dos operadores de alguns fundos de pens�o. Em sua fala, ele confirmou que conhecia ex-diretores dos quatro fundos de pens�o investigados pelo colegiado (Previ, Petros, Postalis e Funcef), mas negou participa��o em qualquer ato de corrup��o envolvendo essas empresas.
"Ouvi dizer no mercado que o Vaccari era um dos operadores de alguns fundos de pens�o, como Petros e Funcef, mas s� ouvi dizer", afirmou Youssef em seu depoimento, negando que tenha participado de qualquer tratativa com o ex-tesoureiro do PT. "Minha rela��o com ele era totalmente superficial", disse o doleiro, que chegou � CPI munido de habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), autorizando-o a ficar em sil�ncio, mas optou por responder as perguntas feitas pelos deputados.
Alberto Youssef destacou no depoimento � CPI que, em sua dela��o premiada � Pol�cia Federal, h� apenas dois relatos sobre os fundos de pens�o. Um deles foi a tentativa de vender deb�ntures para Funcef e Postalis - neg�cio que, de acordo com ele, n�o se concretizou. Outra men��o que teria sido feita pelo doleiro em sua dela��o, acrescentou, foi a investimentos de fundos municipais e estaduais no fundo "Viagens Brasil", da empresa Marsans. "Al�m disso, n�o sei mais nada", afirmou.
Outras �reas
Em sua fala, o doleiro ainda sugeriu que o esquema de pagamento de propina por parte de empreiteiros para obter contratos com a Petrobras tamb�m pode ter acontecido com fundos de pens�o. "Acho que pode isso acontecer em qualquer �rea, inclusive nos fundos de pens�o, infelizmente", afirmou. Youssef disse acreditar que, no caso da petrol�fera, empreiteiros n�o superfaturavam os contratos, mas, sim, pagavam as propinas a diretores da estatal, por serem pressionados por partidos.
Apesar de Youssef ter respondido �s perguntas dos deputados mesmo munido de habeas corpus, parlamentares se disseram frustrados com o depoimento do doleiro. "Felizmente, temos a Pol�cia Federal, a Justi�a e o Minist�rio P�blico, porque nem esta Casa d� respostas, como o fiasco da CPI da Petrobras na semana passada", disse o l�der do PPS na C�mara, Rubens Bueno (PR). "Youssef parece ter tido um ataque de esquecimento", lamentou o deputado Rocha (PSDB-AC).
Bra�o direito
Tamb�m depoente na CPI dos fundos de pens�o hoje, o advogado Carlos Alberto Costa, considerado ex-bra�o direito de Youssef, confirmou den�ncias de fraudes em fundos de pens�o. Costa disse crer que pode ter havido uma atua��o institucionalizada dos fundos para desviar recursos para campanhas eleitorais. "� uma cren�a pelo que vivenciei. Foi dinheiro dos fundos para pagar propina. Tenho a cren�a de que foram para esse fim, mas n�o participei e n�o poderia confirmar", afirmou.
Em sua fala, o advogado ainda confirmou que, dos R$ 13 milh�es investidos pela Petros na Ind�stria de Metais do Vale (IMV), cerca de R$ 3 milh�es foram desviados para pagamento de propinas. Segundo ele, o dinheiro desviado teria sido sacado pela companhia e entregue a Claudio Mente, empres�rio que, segundo ele, seria ligado a Vaccari, o qual teria intermediado neg�cios com o fundo da Petrobras.