No segundo dia do julgamento de dois dos envolvidos na Chacina de Una�, o empres�rio cerealista Hugo Alves Pimenta – que � delator da Justi�a e tamb�m responde pelos crimes, reafirmou ontem na Justi�a Federal de Belo Horizonte todas as acusa��es contra o fazendeiro Norberto M�nica, apontado como mandante dos assassinatos, e o contador Jos� Alberto de Castro, acusado de intermediar a contrata��o os executores dos servidores do Minist�rio do Trabalho em janeiro de 2004. Segundo Hugo, a ordem de Norberto foi para matar o fiscal do trabalho Nelson Jos� da Silva, por causa das multas que ele vinha aplicando ao fazendeiro, e todo mundo que estivesse com ele.
“� para 'torar' torar todo que estiver com Nelson”, teria ordenado Norberto a Jos� Alberto, segundo o colaborador. Ainda de acordo com Hugo, Norberto afirmou que o “mundo era pequeno demais para ele e Nelson e que Nelson tinha que morrer”. O empres�rio contou ainda que quatro dias depois da chacina repassou R$ 39 mil para Jos� Alberto pagar os pistoleiros, a pedido de Norberto, e que recebeu uma carreta de feij�o do fazendeiro como pagamento.
Para prestar depoimento, o empres�rio pediu que os dois r�us fossem retirados do sal�o do j�ri. Ele contou que Jos� Alberto era empres�rio cerealista como ele e tamb�m corretor. Falou que a empresa do amigo n�o deu certo e que ele cedeu um espa�o para que ele trabalhasse na sede do seu estabelecimento como corretor. Norberto era presen�a frequente na empresa dele, revelou, em raz�o dos neg�cios em comum.
Reclama��o O planejamento do crime, segundo o cerealista, teve in�cio, que ele estava em seu escrit�rio com Jos� Alberto, onde Norberto chegou reclamando de um fiscal que o multava demais. “N�o aguento mais esse Nelson. Voc� sabe de um cara para matar ele pra mim?”, teria perguntado o fazendeiro. Hugo disse que n�o e a mesma pergunta foi dirigida a Zezinho, como Norberto chamava Jos� Alberto, que topou a empreitada.
Al�m do colaborador e r�u, foram ouvidas ainda outras testemunhas de acusa��o, entre elas, o delegado federal Ant�nio Celso dos Santos, um dos respons�veis pelas investiga��es do caso. Ele tamb�m refor�ou as acusa��es contra Norberto e Jos� Alberto. O policial tamb�m afirmou que o alvo dos pistoleiros seria apenas o auditor- fiscal N�lson, mas ele estava acompanhado das outras v�timas e, por isso, executadas.
Conforme o policial, o r�u Jos� Alberto deu ordem para matar todos e que os atiradores receberiam o dobro ou triplo do combinado pelo servi�o. O delegado disse ter apurado que Noberto j� havia amea�ado o fiscal Nelson diversas vezes, inclusive com um furador de sacas de feij�o "por ele aplicar muitas multas aos fazendeiros". No final da tarde, teve in�cio o depoimento das testemunhas de defesa de Norberto, j� que Jos� Alberto, optou por n�o arrolar ningu�m. A sess�o do j�ri teve in�cio na manh� de ter�a e a expectativa � deque a decis�o da Justi�a saia ainda hoje, ou na manh� de sexta-feira.