Bras�lia - O Conselho de �tica da C�mara dos Deputados sorteou nesta ter�a-feira, 3, parlamentares do PT, PR e PRB para compor a lista da qual ser� escolhido o relator do processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os tr�s sorteados afirmam que h� evid�ncias suficientes para levar adiante o processo que pode levar � cassa��o do peemedebista.
Segundo deputados ouvidos pela reportagem, o favorito para relatar o processo � Fausto Pinato. A interlocutores, ele disse entender que as provas contra Cunha s�o fortes. No entanto, em p�blico, por orienta��o de colegas mais experientes, o deputado de primeiro mandato preferiu se esquivar.
"Tem que fazer avalia��o das provas, garantir direito de ampla defesa e contradit�rio. N�o posso fazer ju�zo de valor para n�o incorrer em suspei��o", disse o parlamentar, que se recusou a responder perguntas como, por exemplo, em quem havia votado na elei��o de presidente da C�mara no in�cio deste ano. O deputado disse n�o temer a press�o. "Nunca tive medo, desde que nasci. N�o vou aceitar nenhum tipo de press�o", ressaltou Pinato, que deixou �s pressas a reuni�o do Conselho de �tica.
Ind�cios
Os outros sorteados foram mais incisivos ao apontar o impacto das provas contra Cunha. "As evid�ncias s�o bastantes. As evid�ncias s�o muitas. Isso quem est� dizendo n�o somos n�s, membros da comiss�o. S�o os delatores. N�s, membros da comiss�o, temos que agir com isen��o", declarou o petista Z� Geraldo.
Se escolhido, o deputado disse que n�o ser� um "engavetador", optando por apontar aus�ncia de admissibilidade. "Sendo o relator, tenho que relatar. N�o posso engavetar", afirmou.
O petista negou ter sido procurado por emiss�rios do governo ou do PT, como o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. "Nossos tr�s membros da Comiss�o de �tica nunca receberam nenhuma manifesta��o de ningu�m. Nem de governo, nem de partido, nem de Lula, nem de ningu�m", disse. "A posi��o nossa vai ser uma posi��o de Comiss�o de �tica. Partido � partido, governo � governo, religi�o � religi�o e Comiss�o de �tica � Comiss�o de �tica."
No entanto, ele admitiu que conversar� com seu partido caso seja escolhido. "Vou conversar, vou ouvir todo mundo. Naturalmente, vou ser procurado. N�o � qualquer processo."
'Provas'
Apesar de ter sido cabo eleitoral de Cunha durante a campanha pela elei��o para presidente da C�mara no in�cio do ano e se manter pr�ximo ao peemedebista durante todos esses meses, Vin�cius Gurgel disse que, se escolhido, ser� um relator que vai apurar as irregularidades "at� o final". "Vou pedir auxilio � Procuradoria-Geral da Rep�blica, �rg�os que est�o com documentos contra Eduardo (Cunha), para analisar as fundamenta��es", disse. "Pelas provas que se apresentam, acredito que n�o (h� indica��o pela in�pcia). Na minha opini�o, n�o."
Eduardo Cunha � acusado de ter mentido � CPI da Petrobras ao negar que possu�a contas no exterior. Posteriormente, a pedido da Procuradoria-Geral da Rep�blica, um inqu�rito foi aberto no Supremo Tribunal Federal para apurar se contas atribu�das ao peemedebista na Su��a foram abastecidas com propina do esquema de corrup��o na Petrobras investigado na Lava Jato.