
A informa��o consta de planilha de controle de visitas recebidas por Ot�vio Azevedo. Edinho foi tesoureiro da campanha de reelei��o de Dilma. Ele est� sob investiga��o do Supremo Tribunal Federal (STF), por suspeita de obter financiamento de campanha mediante "amea�as" sobre contratos da Petrobras.
A Andrade Gutierrez � a empreiteira que mais doou para a campanha da reelei��o de Dilma, R$ 21 milh�es, quase tr�s vezes o montante repassado pela UTC Engenheira, do empres�rio Ricardo Pessoa, delator da Lava Jato que disse ter sido "persuadido" por Edinho a "doar mais para o PT". Para todos os candidatos do PT a Andrade Gutierrez doou R$ 39,3 milh�es.
A planilha de visitas da Andrade Gutierrez foi anexada pela Pol�cia Federal nos autos da Opera��o Lava Jato. Ot�vio Marques de Azevedo � r�u em processo por corrup��o e lavagem de dinheiro. Ele foi preso em 19 de junho, na Opera��o Erga Omnes, desdobramento da investiga��o sobre esquema de propinas que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014. Nesta sexta-feira, 13, frente a frente com o juiz federal S�rgio Moro, que conduz a Lava Jato, Ot�vio Azevedo ficou em sil�ncio.
Os registros da Andrade Gutierrez indicam que a primeira visita ocorreu no dia 20 de agosto de 2012. Edinho entrou na empresa �s 8h54 e saiu �s 10h17. A segunda visita foi no dia 25 de agosto de 2014, entrada �s 14h48 e sa�da �s 15h25. A terceira, no dia 3 de novembro de 2014. O ent�o tesoureiro da campanha de Dilma entrou �s 15h09 e saiu �s 15h50.
Nas tr�s oportunidades em que esteve na empreiteira, cuja sede fica em S�o Paulo, Edinho Silva se identificou como membro da Assembleia Legislativa de S�o Paulo.
Em um campo de observa��es na mesma planilha, a Pol�cia Federal qualifica Edinho como "Deputado estadual/SP (2011-2015), Presidente do PT/SP, e atual Ministro Chefe da Secretaria de Comunica��o Social da Presid�ncia". O ministro n�o � mais deputado - seu mandato parlamentar expirou em fevereiro.
Em outubro passado, o ministro foi ouvido na Pol�cia Federal, em Bras�lia. Ele confirmou encontros com o presidente da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, mas negou que tenha feito press�o para que o empreiteiro doasse recursos para a campanha da reelei��o da presidente Dilma, em 2014.
O ministro tamb�m negou, na ocasi�o, ter dito as frases que Pessoa lhe atribuiu em sua dela��o premiada. Aos procuradores da Rep�blica que integram a for�a-tarefa da Lava Jato, o dono da UTC disse ter sido "persuadido" por Edinho a "contribuir mais para o PT", uma vez que a empresa tinha contratos expressivos com a Petrobr�s.
"O Edinho me disse: 'Voc� tem obras na Petrobras e tem aditivos. N�o pode s� contribuir com isso. Tem que contribuir com mais. Estou precisando', relatou Pessoa.
A suspeita � que os R$ 7,5 milh�es doados pela UTC � campanha da petista tenham sido fruto de dinheiro desviado da Petrobras. Em setembro, o ministro Teori Zavascki, relator da Opera��o Lava Jato no STF, autorizou a investiga��o do ministro, ap�s pedido de abertura de inqu�rito enviado pelo procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot.
Em depoimento � Justi�a Federal no Paran�, base da miss�o Lava Jato, Pessoa declarou. "Na �poca de campanha as contribui��es de campanha n�o tinham nada a ver com propina, eram contribui��es de campanha mesmo. O restante n�o, o restante era como se pagava a comiss�o da propina da Petrobras."
Ap�s esse depoimento de Pessoa, Edinho Silva declarou que a fala "refor�a" sua alega��o de que a campanha da presidente Dilma respeitou a legisla��o eleitoral. "A fala dele (Pessoa) s� refor�a aquilo que temos dito desde o in�cio, todas as doa��es da campanha da presidenta Dilma ocorreram dentro da legalidade.”
Na sexta-feira, 13, a assessoria do ministro disse que n�o foi poss�vel manter contato com Edinho porque ele estava em voo.
Vaccari
O mesmo relat�rio de visitas � Andrade Gutierrez que cita Edinho Silva mostra que Jo�o Vaccari Neto, ex-tesoureiro nacional do PT, visitou o empres�rio Ot�vio Marques de Azevedo vinte vezes, entre 13 de novembro de 2007 e 25 de agosto de 2014.
Em todas as ocasi�es, Vaccari informou na recep��o da empreiteira que o motivo da visita era "particular". Vaccari tamb�m est� preso - a Lava Jato o pegou em mar�o e lhe atribui arrecada��o de propinas para abastecer o caixa do PT.