O empres�rio Eike Batista afirmou nesta ter�a-feira que contratou o ex-ministro Jos� Dirceu para que ele "ajudasse com o governo da Bol�via" no andamento de um empreendimento de siderurgia naquele pa�s. O lobby foi contratado em 2006, no primeiro ano de Evo Morales na presid�ncia, quando foi anunciada a nacionaliza��o de diversos empreendimentos estrangeiros que atuavam em solo boliviano.
Em depoimento � CPI do BNDES da C�mara, Eike explicou que tinha um projeto na fronteira do Brasil com a Bol�via, com minas de ferro em Corumb� (MS) e no pa�s vizinho. "A gente ia botar a Bol�via no mapa do mundo na �rea de siderurgia", disse.
De acordo com Eike, a contrata��o de Dirceu seria a maneira de conversar com o governo boliviano. "Contratei para fazer um estudo, me ajudar com o governo da Bol�via a botar o projeto em p�, e n�o ficou em p�", afirmou. "N�o sou amigo (do Jos� Dirceu). Ele fez um projeto de consultoria num projeto espec�fico".
"Eu fui nacionalizado, sofri uma agress�o", disse, sobre a medida do governo boliviano. O pedido de ajuda a Dirceu, segundo ele, foi para tentar reverter a "decis�o t�o radical" do Pa�s. Apesar da tentativa de encaminhar o empreendimento, o projeto acabou sendo deixado de lado.
Aos deputados, Eike ainda reclamou que o governo brasileiro oficialmente n�o se posicionou com intensidade em rela��o ao caso. "Esperava que o meu Pa�s fosse defender um investimento brasileiro no exterior", ressaltou.
Lula
O empres�rio disse que, anos depois do ocorrido, ap�s 2012, quando suas empresas entraram em colapso, procurou o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva para pedir ajuda. "Ser� que � poss�vel a Petrobras fazer encomendas no meu estaleiro?", afirmou Eike, como um dos questionamentos apresentados na busca por desafogar suas companhias. "Claro que tentamos (ajuda do governo)", disse, antes de dizer que n�o conseguiu apoio. Segundo ele, o governo n�o ajudaria um bilion�rio.
Questionado se � amigo de Lula, Eike respondeu que sim. "O presidente Lula olha pra mim como um brasileiro que ajuda o Pa�s", afirmou.