O criminalista Jos� Roberto Batochio, constitu�do por Antonio Palocci Filho, reagiu enfaticamente, e com ironias, � linha de investiga��o da Pol�cia Federal que aponta para os la�os comerciais do ex-ministro (governos Lula e Dilma) e de familiares dele. "Est�o vendo fantasmas onde n�o existe sequer len�ol", disse Batochio.
"Em primeiro lugar, pe�o que coloquem a quest�o no par�metro da verdade. Sem encontrar nenhuma prova concreta contra Palocci eles (investigadores) pediram � Intelig�ncia da Pol�cia Federal e ao COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que mandassem todos os dados, literalmente todos, que pudessem ser levantados a respeito da vida do ex-ministro e de sua fam�lia, desde o jardim da inf�ncia e o curso prim�rio."
O veterano advogado reafirmou o que vem declarando desde que o Supremo Tribunal Federal autorizou abertura de investiga��o sobre Palocci no �mbito da Justi�a Federal no Paran�, base da Opera��o Lava-Jato. "Est�o � disposi��o da Pol�cia Federal, do Minist�rio P�blico Federal e da Justi�a todas as informa��es sobre Palocci, desde sua tenra inf�ncia, passando pelo ginasial, pelo colegial e pela Faculdade de Medicina, depois pela sua verean�a, seu mandato na prefeitura de Ribeir�o Preto e por a� adiante. Enfim, quaisquer dados, desde os 7 anos de idade do ministro at� agora, est�o � disposi��o das autoridades para serem devidamente esquadrinhados e pesquisados. No primeiro ano do grupo escolar roubaram um l�pis e uma borracha de Palocci. Isso foi objeto de investiga��o que poder� ser detalhado. A� ele (Palocci) foi v�tima."
Batochio anotou que o ex-ministro, de fato, integrou a Associa��o dos Munic�pios da Macrorregi�o de Ribeir�o Preto ‘como acontece com todos os prefeitos do Brasil’.
O advogado criticou o que chamou de ‘fat�dica aranha’ – anagrama montado pela Pol�cia Federal com dados societ�rios do ex-ministro e de familiares dele. "Ningu�m nasce por gera��o espont�nea, todo indiv�duo tem um pai, uma m�e, e tem tamb�m irm�os e familiares. Claro que ele (Palocci) � respons�vel pelos atos que pratica, mas n�o exerce nenhum controle sobre as biografias, vidas e evolu��o vital de seus parentes. Normalmente, � dif�cil de se explicar porque os parentes resolveram exercer suas profiss�es, um virou engenheiro, outro economista, outro m�dico, e por que resolveram ser s�cios de uma empresa ou de outra empresa. Por esta raz�o, tendo em vista aus�ncia da tese do dom�nio dos fatos em rela��o � vida dos outros, pouco (Palocci) pode explicar porque raz�o cada familiar seu resolveu se encaminhar para um ramo de neg�cio ou de atividade. N�o h� que se falar em dom�nio dos fatos. Seria, no caso, dom�nio do destino das outras pessoas, coisa que, fora Deus, n�o acredito que algu�m tenha."
Batochio reiterou. "O destino, o rumo e as op��es profissionais dos seus familiares e dos ex-s�cios dos seus descendentes n�o h� como explicar porque cada um realmente, a partir do princ�pio filos�fico do livre arb�trio, cada um faz a sua escolha."
O advogado foi taxativo ao protestar contra a investiga��o. "� uma coisa odiosa, uma invas�o detest�vel da vida privada dos familiares de algu�m que exerceu uma fun��o p�blica."
O criminalista fez uma sugest�o. "No Brasil, quem tiver ju�zo, n�o vai mais exercer fun��o p�blica sob pena de correr o risco de ver seus familiares expostos de maneira cruel, sob suspeita."
"Antonio Palocci Filho n�o tem nenhuma condi��o de informar sobre quais foram os motivos que determinaram os caminhos e as escolhas profissionais das pessoas com quem conviveu e com quem formou sociedade um dia. Ele (Palocci) n�o tem o dom�nio e nenhum mando sobre as escolhas das pessoas com quem se relacionou. O Brasil precisa deixar de uma vez por todas de ser um pa�s suspicaz, onde se especule sobre o talvez, sobre o quem sabe."