Se em 2015 o PSDB dedicou boa parte da atua��o pol�tica � defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a partir do ano que vem vai priorizar o debate de propostas para o Brasil. A primeira etapa desse processo ser� em 8 de dezembro, quando o presidente nacional do partido, senador A�cio Neves (MG), far� um discurso no plen�rio do Senado sobre os 13 anos da gest�o do PT – oito anos do governo Luiz In�cio Lula da Silva e cinco de Dilma – , a apresenta��o de propostas no campo social e alternativas para superar a crise econ�mica. “Agora, n�s, do PSDB, temos uma preocupa��o com o dia seguinte, com o futuro, e � por isso que estamos nos esfor�ando para, atualizando nossas propostas, fazer um debate sobre a situa��o real das pessoas.
O Brasil entra no ano de 2016 com o desemprego l� no alto, com infla��o saindo do controle, com as pessoas endividadas como nunca estiveram. Precisamos ter uma solu��o para isso, para o dia seguinte ao PT no governo”, afirmou o senador, que participou ontem em Belo Horizonte de comemora��o ao Dia Nacional da Consci�ncia Negra, na sede do PSDB.
O tucano reafirmou tamb�m que Dilma perdeu as condi��es para governar o pa�s e que sua pol�tica social limita-se ao Minha casa, minha vida – referindo-se ao programa de moradia popular do governo federal. “Se o Brasil continuar sendo desgovernado como hoje, e a presidente da Rep�blica uma mera inauguradora de Minha casa, minha vida, acho que a popula��o brasileira � que vai pedir o seu afastamento”, completou, argumentando ainda que o PSDB expressa o sentimento de parcela da sociedade brasileira ao defender o impeachment da petista.
Ainda est�o tramitando na C�mara dos Deputados sete pedidos de afastamento de Dilma Rousseff e na quinta-feira, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que vai despachar todos at� o fim deste ano, quando come�a o recesso parlamentar. Envolvido no esc�ndalo de corrup��o da Petrobras sob a acusa��o que teria recebido US$ 5 milh�es para intermediar dois contratos da estatal, Cunha tem sido alvo de v�rias manifesta��es pela sua ren�ncia do comando da C�mara. Sobre rumores de que Cunha estaria usando o poder sobre o processo de impeachment para obter apoio na Casa, A�cio disse que o PSDB n�o aceita negociar, em nome da �tica.
CARGA TRIBUT�RIA
A�cio Neves voltou a afirmar que os tucanos n�o votar�o favoralmente a propostas que impliquem na cria��o de novos impostos, como a CPMF – defendida pelo governo e inclu�da na proposta de or�amento do ano que vem, cuja arrecada��o prevista � de R$ 32 bilh�es. No entanto, disse que, como o PSDB � a “favor do Brasil”, admite apoiar propostas do governo como o texto que reajusta a Desvincula��o das Receitas da Uni�o (DRU) – dinheiro livre no or�amento, geralmente 20%, que pode ser usado em �reas que o governo julgue priorit�rias ou para a forma��o de super�vit prim�rio.
“� um instrumento de governan�a, isso pode ajudar a melhorar, mesmo que minimamente, a execu��o do Or�amento na �rea da sa�de e na �rea da educa��o, e estamos admitindo, nessa quest�o espec�fica, votar favoravelmente. Isso � uma demonstra��o de que o PSDB n�o � oposi��o ao Brasil. Jamais seremos. Ao contr�rio. Somos oposi��o a esse governo. Queremos suceder esse governo e achamos que temos melhores condi��es, mais autoridade, mais credibilidade para fazer a roda da economia e do emprego voltar a girar no pa�s”, disse.