
Bras�lia - A poucas horas do t�rmino do prazo concedido para que manifestantes desfa�am os acampamentos em frente ao Congresso Nacional, na Esplanada dos Minist�rios, o clima era de impasse. De um lado, integrantes do movimento Avan�a Brasil desmontavam pouco a pouco as barracas, instaladas h� pelo menos um m�s como forma de press�o para que o Congresso votasse o impeachment da presidente Dilma Rousseff. De outro, o grupo dos "intervencionistas" n�o dava mostras de que sairia no local.
"S� sa�mos com ordem judicial. A �nica coisa que recebemos at� agora foi uma recomenda��o, feita oralmente", disse um dos l�deres do Movimento Patriota Nacional, Daniel Barbosa.
Por precau��o, as visitas ao Congresso foram canceladas neste fim de semana. O tr�nsito na via que d� acesso �s Casas Legislativas tamb�m foi bloqueado. A expectativa � de que o policiamento na �rea seja refor�ado a partir das 16 horas deste s�bado (21). "Aqui tudo pode ocorrer", afirmava um dos policiais de tr�nsito para turistas que perambulavam pela Esplanada.
Uma das turistas, simpatizante dos "intervencionistas", discutia com o vendedor ambulante de sorvetes. "Esse lugar � do povo." E ele rebatia: "Uma coisa � manifestar. Outra � tomar conta do lugar."
Manifestantes receberam, na noite de quinta-feira (19), o aviso de que teriam de deixar o local em 48 horas. A decis�o foi tomada num acordo entre o governo do Distrito Federal e as presid�ncias da C�mara dos Deputados e do Senado, logo ap�s um confronto entre integrantes da CUT, do Movimento de Mulheres Negras e partid�rios do movimento pr�-impeachment.
Ao todo, permanecem no local montado pelos "intervencionistas" cerca de 50 pessoas. "Estamos aqui desde mar�o. � um direito nosso protestar", disse Barbosa, que chegou a Bras�lia h� uma semana, depois de passar uma temporada em seu Estado, o Rio Grande do Sul. "Vamos nos revezando. Passei um tempo l�, agora voltei. E n�o saio se n�o houver uma decis�o leg�tima", afirmou ele, mostrando uma s�rie de avisos encaminhados ao Minist�rio P�blico e � Secretaria de Seguran�a. "Arbitrariedade n�o."
Entre os integrantes do movimento pr�-impeachment, o clima era de pragmatismo. "Ter�amos de sair mais cedo ou mais tarde. Semana que vem, os trabalhos no Congresso terminam, n�o faria sentido ficarmos", afirmou Charlo Ferreson. Cabeleireira, ela chegou do Rio h� 15 dias para participar do acampamento. Ali est�o representantes do Movimento Brasil Livre, Movimento Brasil, Movimento Santa Maria, Revoltados OnLine e Resist�ncia. Destes grupos restavam poucas barracas no in�cio desta manh�. Por precau��o, eles preparavam um habeas corpus, que deveria ser apresentado � Justi�a, caso n�o houvesse tempo suficiente para que todos deixassem o local at� a hora determinada.
"N�o se trata de desobedi�ncia. O problema � que estamos enfrentando algumas dificuldades log�sticas", disse Charlo.