Bras�lia, 24 - O Conselho de �tica da C�mara dos Deputados iniciou nesta ter�a-feira, � tarde, a sess�o de apresenta��o do relat�rio de Fausto Pinato (PRB-SP) pedindo a admissibilidade do processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A sess�o acontece ap�s uma tentativa de reuni�o, na �ltima semana, onde aliados de Cunha manobraram para evitar que o parecer pr�vio fosse lido. A sess�o da �ltima quinta-feira, chegou a ser cancelada mas, diante da revolta que se estabeleceu na Casa, a decis�o da presid�ncia da C�mara foi revogada.
Diferentemente da sess�o passada, a reuni�o desta ter�a come�ou com apenas sete minutos de atraso e com um qu�rum superior ao da presen�a m�nima de 11 conselheiros (15 deputados nesta tarde). Tamb�m est� presente o defensor do peemedebista, o advogado Marcelo Nobre.
Na �ltima quinta-feira, os aliados de Cunha alegaram que a reuni�o havia come�ado com 50 minutos de atraso e que, desta forma, n�o deveria sequer ter sido aberta. Eles argumentaram que passados 30 minutos de espera, o presidente Jos� Carlos Ara�jo (PSD-BA) deveria encerrar os trabalhos alegando falta de qu�rum.
Orienta��o
Diante da repercuss�o negativa das manobras realizadas na semana passada, Eduardo Cunha orientou seus aliados a manterem a calma e deixarem seguir a sess�o do Conselho de �tica desta ter�a-feira. Nesta tarde, o protagonismo da defesa ficar� a cargo do advogado Marcelo Nobre.
O relat�rio de Fausto Pinato poderia ser votado j� nesta tarde, mas aliados de Cunha pedir�o vista, o que levar� a vota��o para a pr�xima semana.
O foco de Marcelo Nobre nesta tarde ser� justamente Pinato. Na defesa apresentada na semana passada, o advogado faz cr�ticas ao relator. Nobre pede a suspei��o de Fausto Pinato, alegando "prejulgamento" ao detalhar seu parecer � imprensa antes de o documento ser apresentado aos membros do conselho e antes da apresenta��o da defesa.
Integrantes da tropa de choque de Cunha dizem que s� entrar�o em a��o se identificarem que o regimento da C�mara est� sendo desrespeitado.
Admissibilidade
Nos bastidores, aliados de Cunha j� admitem que a admissibilidade deve mesmo ser aprovada. Apesar do pacto de n�o agress�o entre o Pal�cio do Planalto e o presidente da C�mara, os tr�s petistas que integram o conselho disseram que votar�o a favor do parecer de Fausto Pinato.
A ala mais a esquerda do PT defende a radicaliza��o da postura do partido contra Cunha. No entanto, estes parlamentares est�o sendo enquadrados. Um grupo de deputados reuniu-se na noite de segunda-feira, 23, com o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) na casa do deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Todos sa�ram de cara fechada e sem querer fazer coment�rios sobre o encontro. "O ministro est� a�. Pergunte a ele", reagiu Jorge Solla (PT-BA) ao ser abordado por jornalistas. O deputado Luiz Couto (PT-PB) tentou subir o vidro do t�xi que tomou ao deixar o encontro para n�o falar com os rep�rteres. Com dificuldade para encontrar o interruptor, deixou o local com a janela aberta dizendo que precisava tomar um rem�dio.
A deputada Moema Gramacho (PT-BA) disse que discutiu com seus pares "conjuntura pol�tica", mas negou que a situa��o do presidente da C�mara tenha feito parte do tema abordado na conversa.