Bras�lia - O senador Delc�dio do Amaral (PT-MS), l�der do governo preso ontem pela Pol�cia Federal, � um pol�tico habilidoso que tem servido a todos os governos da hist�ria recente do pa�s, mas, curiosamente, ao ser detido ontem, estava tentando salvar a pr�pria pele nos desdobramentos do esc�ndalo da Petrobras. Hoje, ele assusta o Planalto como poucos personagens de Bras�lia. Filiado ao PT desde 2001, quando o partido desenhava a chegada ao poder com Luiz In�cio Lula da Silva, � considerado o mais tucano dos petistas. Por isso mesmo, o pr�prio partido jamais o defendeu explicitamente. O prest�gio recente que Delc�dio desfrutava se amparava no bom tr�nsito que tinha junto ao ex-presidente Lula e � presidente Dilma Rousseff.
Os ventos pol�ticos delineiam a vit�ria do PT nas elei��es de 2002 e Delc�dio, mais uma vez, migra de posi��o, aproxima-se do governador de Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, vira secret�rio de infraestrutura e, com o apoio do governador petista, elege-se senador em 2002. Tr�s anos depois, compra a maior briga com o partido que lhe abrigava. Presidiu a CPMI dos Correios, que embasou o processo do mensal�o no STF, levando caciques do partido como Jos� Dirceu, Jo�o Paulo Cunha e Jos� Genoino para a cadeia, e quase provocou o impeachment de Lula em 2005. “Traidor”, esbravejou o ent�o deputado Jorge Bittar (PT-RJ), dedo no rosto de Delc�dio, na tumultuada vota��o do relat�rio final feito pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). O texto foi aprovado.
Ele mantinha rela��es tamb�m com ex-presidente da Confedera��o Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, de quem recebeu R$ 100 mil para sua campanha a governador do MS, que seria oriundo de propina, segundo investiga��es. Delc�dio submerge, mas mant�m um v�nculo com Dilma por compartilharem conhecimentos sobre o setor energ�tico. Aos poucos, foi se reaproximando de Lula. Tanto que nos diversos encontros mantidos pelo ex-presidente com a c�pula peemedebista do Congresso, Delc�dio sempre esteve presente.