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Estado de Minas

'Esse dinheiro era o dinheiro da Alstom?', pergunta Delc�dio


postado em 26/11/2015 15:31 / atualizado em 26/11/2015 18:34

Nos di�logos que levaram � sua pris�o por tentar barrar as investiga��es da Lava-Jato, o senador Delc�dio do Amaral (PT-MS) mostra sua surpresa e preocupa��o ao se deparar com anota��es do ex-diretor da Petrobr�s Nestor Cerver� obtidas pelo banqueiro Andr� Esteves relacionando o parlamentar � multinacional francesa Alstom.

O senador j� foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa como sendo destinat�rio de propinas da Alstom no per�odo em que foi diretor de G�s e Energia da Petrobr�s, entre 1999 e 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Na �poca, Cerver� era subordinado a Delc�dio na diretoria.

Na conversa com o filho do ex-diretor, Bernardo Cerver�, e o advogado Edson Ribeiro, Delc�dio conta que, em um dos encontros com o banqueiro, viu uma anota��o manuscrita com o nome da empresa e ele na �ltima p�gina do acordo de dela��o obtido por Esteves.

"Tem v�rias anota��es e o que me chamou aten��o que eu achei que poderia ser, �… �… �… a letra do Nestor, na �ltima p�gina d� uma olhada…na �ltima p�gina. tem assim �, �… acordo 2005

Su��a", comenta o senador, logo respondido por Bernardo, que tenta tranquiliz�-lo sobre o assunto e afirma que a anota��o manuscrita n�o teria entrado nos depoimentos do ex-diretor aos investigadores:

"BERNARDO: Huhum

DELC�DIO: A�, ele bota assim ALSTOM.

BERNARDO: Hum!

DELC�DIO: A� ele diz, a� ele bota assim…

EDSON: Acho que n�o t� apresentado n�o.

BERNARDO: Oi? N�o. Isso foi…

DELC�DIO: Mas t� tr�s. Eu vi porque t� escrito.

BERNARDO: N�o, n�o foi. Com certeza n�o foi. O problema � que eles (Minist�rio P�blico) jogaram esse verde…"

Em outro momento do di�logo o senador n�o esconde a preocupa��o com o fato de Cerver� poder revelar detalhes do envolvimento dele com a Alstom. "T� l� assim, acordo de 2010, a� ele bota l� um tro�o assim, eu n�o lembro o nome agora, porque porra rapaz! Eu levei um… Voc� imagina, voc� vai conversar com o cara (Andr� Esteves), de repente o cara me aparece com uma porra daquela, quer dizer, como � que esse cara conseguiu? E com as anota��es, a� ele diz assim, ele cita o nome Guimar�es operador Delc�dio E se... se fosse, que vantagem eu teria de falar para voc�s que eu n�o…"

Mais � frente, no di�logo, Delc�dio tenta confirmar com Bernardo Cerver� e com Edson Ribeiro que o ex-diretor n�o mencionaria ele e a Alstom na dela��o, e � tranquilizado pelos dois que relembram um acordo de Nestor Cerver� com as autoridades do pa�s europeu nas investiga��es da Alstom para n�o ser processado l�. Ao saber disso, o pr�prio senador conclui que havia “dinheiro da Alstom” mantido no exterior pelo ex-diretor Internacional.

"BERNARDO: Isso foi aquela est�ria que no final voc� falou. Que no final eles (MPF) jogaram. A gente sabe que voc�s fizeram que voc� fez acordo com a Procuradoria que � um acordo de confidencialidade mas, que em off o tal do procurador su��o

DELCIDIO: Mas ele (Cerver�) chegou a fazer algum acordo com aquele procurador su��o?

EDSON: Foi fez. Pagou

DELCIDIO: Mas a t�tulo de que ele fez?

EDSON: Pagou. Pra n�o ser processado.

BERNARDO: Pra n�o ser processado l�.

DELCIDIO: Ah por causa de dep�sito em conta?

EDSON: Todo dinheiro que tava l� na Su��a ficou pra Procuradoria da Su��a. Ent�o ele foi processado e o assunto morreu a�.

DELCIDIO: Pois �. E esse dinheiro era o dinheiro da Alstom? Ah foi por isso que ele fez o acordo?Entendi. Ele nunca me falou isso".

Em 2011 o Minist�rio P�blico da Su��a fez um acordo que imp�s � Alstom uma multa no valor equivalente a R$ 85,2 milh�es por suspeitas de pagamento de propinas a funcion�rios p�blicos de outros pa�ses, incluindo o Brasil, para obter facilita��o em processos de licita��o.

Com o pagamento, a investiga��o contra a multinacional foi encerrado em territ�rio su��o e ningu�m foi preso. A decis�o, contudo, n�o interfere nas investiga��es em S�o Paulo sobre suposto esquema de corrup��o envolvendo a atua��o da companhia durante as gest�es do PSDB no governo do Estado em que � citado o conselheiro Robson Marinho, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que nos anos 1990 foi chefe da Casa Civil do governo M�rio Covas (PSDB).

Antes disso, contudo, o MP su��o chegou a solicitar aos investigadores brasileiros, em 2009, informa��es para apurar suspeitas sobre um cons�rcio entre a estatal petrol�fera e a EMAE, antiga estatal paulista, na Usina Termoel�trica Piratininga formado em 2005.

O suposto envolvimento de Delc�dio com a Alstom foi mencionado pela primeira vez na dela��o premiada do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa em sua dela��o premiada no ano passado. Costa relatou aos investigadores ter ouvido dizer que Delc�dio teria usado o apag�o como justificativa para for�ar a contrata��o emergencial de turbinas de g�s termel�tricas da multinacional francesa Alstom quando era diretor da Petrobr�s.

Segundo o delator, o parlamentar teria recebido propina da empresa pelo neg�cio. Na ocasi�o, o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, considerou insuficientes as acusa��es de Costa, baseadas em coment�rios que ele teria ouvido, e pediu o arquivamento da investiga��o contra o parlamentar, o que foi acatado pelo Supremo Tribunal Federal.

Alstom

"A Alstom n�o vai se pronunciar sobre especula��es e a empresa refor�a que cumpre com a legisla��o."


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