
O presidente nacional do PSDB, senador A�cio Neves (MG), cobrou nesta quinta-feira, 26, um posicionamento da presidente Dilma Rousseff sobre a pris�o do l�der de seu governo no Senado, Delc�dio Amaral (PT-MS). O senador petista foi preso na manh� de ontem sob acusa��o de obstruir investiga��es da Opera��o Lava Jato. Sua pris�o no exerc�cio do mandato foi confirmada pelo plen�rio do Senado ontem � noite.
A�cio classificou o sil�ncio de Dilma como algo "extremamente grave e incompreens�vel" diante da den�ncia de que Delc�dio articulava um plano de fuga para Nestor Cerver�, ex-diretor da Petrobras preso desde janeiro, para impedir que ele fechasse acordo de dela��o premiada. "� incr�vel que a presidente da Rep�blica n�o se manifeste como se n�o tivesse absolutamente nada ver com isso, como se os delatores presos, r�us confessos e j� condenados, como o caso do Cerver�, n�o tivessem sido indicados pelo seu governo", disse o senador tucano.
"A presidente da Rep�blica, t�o afeita, na �poca eleitoral, �s cadeias de r�dio e televis�o para comemorar qualquer feito ou suposto feito do seu governo, � incompreens�vel e reprov�vel que ela n�o olhe nos olhos dos brasileiros, em primeiro lugar, para admitir a sucess�o de equ�vocos do seu governo, e, agora, para explicar aos brasileiros a sua responsabilidade em rela��o a estas den�ncias", afirmou.
Dizendo lamentar a pris�o "do ponto de vista pessoal", mas v�-la como "necess�ria" pelo aspecto "institucional", A�cio tamb�m criticou a nota divulgada pela c�pula do PT, eximindo-se de prestar solidariedade ao congressista. "Um dos mais s�rdidos documentos que demonstram a falta de coragem de um partido pol�tico que, ao inv�s de assumir a sua grav�ssima responsabilidade em rela��o a tudo o que vem ocorrendo no Brasil, � o primeiro a virar as costas para o seu l�der e a considerar-se descompromissado de defender aquilo que ele pr�prio criou. A nota lan�ada pelo PT, al�m de inoportuna e covarde, como disse o presidente do Senado (Renan Calheiros, PMDB-AL), vai ficar escrito como um dos mais deprimentes momentos deste partido que, na minha avalia��o, vive seu estertores", disse A�cio.
Logo ap�s a entrevista concedida no in�cio da tarde, o tucano divulgou nota reiterando cr�ticas feitas ao governo. "Os novos desdobramentos da Opera��o Lava Jato refor�am nos brasileiros o sentimento de indigna��o em rela��o � forma como o Pa�s vem sendo governado. Mais uma vez, depois do mensal�o e, agora, no petrol�o, refor�a-se a convic��o de que uma organiza��o criminosa, tentacular, apoderou-se de estruturas do Estado, com o objetivo de manter-se no poder mediante desvio de dinheiro p�blico", afirmou no comunicado.
Apesar de toda indigna��o, o PSDB n�o cogita, em um primeiro momento, apresentar representa��o contra Delc�dio Amaral no Conselho de �tica do Senado. Deixar� a responsabilidade para Renan Calheiros, tamb�m investigado pela Opera��o Lava Jato.
"Estamos aguardando que a presid�ncia do Senado Federal fa�a o que achar mais adequado. O mesmo of�cio, o mesmo comunicado que a presid�ncia do Senado est� enviando ao STF, dando conta da decis�o de ontem, envie tamb�m ao Conselho de �tica da Casa", afirmou o presidente nacional do PSDB.
Questionado sobre a possibilidade de Renan n�o representar no conselho, o tucano disse que, s� ent�o, discutir�o o assunto. "(Se Renan n�o representar), a� vamos discutir se n�s o faremos, o conjunto das oposi��es. Mas me parece que este come�a a ser consenso no Senado Federal: o comunicado feito ao Supremo chega tamb�m ao Conselho de �tica", afirmou A�cio.
Cunha
A�cio Neves defendeu o afastamento da presidente Dilma Rousseff e do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como solu��o para a crise pol�tica e econ�mica vivida pelo Pa�s. "Para a oposi��o, a solu��o efetiva para o Brasil superar essa crise era j� o afastamento do presidente da C�mara para que o Congresso pudesse ter uma nova agenda, o afastamento da presidente da Rep�blica", afirmou o senador.
Para o tucano, apesar do agravamento da situa��o de Cunha diante da divulga��o de documentos comprovando a exist�ncia de contas no exterior em nome dele e de familiares, o impeachment de Dilma ainda � algo vi�vel. "A quest�o do impeachment nunca esteve adormecida. � claro que, com o epis�dio Eduardo Cunha, a agenda mudou e questiona-se se ele teria ou n�o as condi��es para conduzir o impeachment. Mas as raz�es objetivas que levaram este tema a ser discutido e apoiado pela grande maioria da popula��o brasileira, essas condi��es objetivas, n�o deixaram, em momento algum, de existir", afirmou.