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Estado de Minas

Manifesto de apoio a fazendeiro condenado na Chacina de Una� gera pol�mica

Documento distribu�do na cidade mineira faz desagravo e pede apoio a fazendeiro condenado a 100 anos de cadeia. Auditores dizem que popula��o est� constrangida e pede provid�ncias ao MP


postado em 03/12/2015 06:00 / atualizado em 03/12/2015 07:57

Fac-símile de trechos do manifesto distribuído aos moradores
Fac-s�mile de trechos do manifesto distribu�do aos moradores

O ex-prefeito Antério Mânica foi condenado no início de novembro(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press - 4/11/15)
O ex-prefeito Ant�rio M�nica foi condenado no in�cio de novembro (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press - 4/11/15)
Um manifesto de apoio ao fazendeiro Ant�rio M�nica – condenado a 100 anos de pris�o por ser  o mandante da Chacina de Una�, na qual morreram tr�s auditores fiscais e um motorista do Minist�rio do Trabalho – est� circulando h� uma semana no munic�pio do Noroeste de Minas. O texto tem constrangido moradores da cidade e ainda empregados da fam�lia M�nica, dono do poder pol�tico e econ�mico da cidade. A intimida��o somente � admitida sob o manto do anonimato, mas a den�ncia � de que o manifesto foi produzido pelo pol�tico e distribu�do por seus partid�rios. Nessa quarta-feira, a presidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais (Sinait), Rosa Maria Campos Jorge, encaminhou ao Minist�rio P�blico Federal c�pia do manifesto pedindo que sejam adotadas provid�ncias para coibir a pr�tica e ainda divulgou nota de rep�dio.


Rosa Maria considera que o manifesto � um “acinte” � mem�ria das v�timas, � Justi�a, e � sociedade como um todo. “No texto, ele se coloca como a quinta v�tima da chacina, crime do qual � mandante e est� condenado”, disse Rosa Maria. Ela defendeu ainda a pris�o imediata de Ant�rio M�nica, que apesar de ter sido condenado com pena m�xima pelos crimes recebeu da Justi�a o direito de recorrer em liberdade da senten�a.

No manifesto, os apoiadores do ex-prefeito afirmam que “n�o admitem a condena��o de Ant�rio M�nica sem provas, ou seja, apenas por suposi��es n�o comprovadas”. O texto ataca ainda o procurador da Rep�blica Hebert Reis Mesquita, um dos respons�veis pelo trabalho de acusa��o do fazendeiro: “As pessoas que aqui assinam, manifestam, ainda, indigna��o com a apresenta��o da nossa Una� aos jurados. O procurador federal Hebert Reis Mesquita, lotado em Paracatu, e mesmo prestando servi�os duas vezes por m�s em Una�, n�o mediu palavras para ridicularizar a cidade e nossa gente”. E n�o fica nisso. O documento, que lista toda as teses de defesa do fazendeiro, encerra com os dizeres: “Voc� que acredita na inoc�ncia do Ant�rio e para que n�o se fa�a uma quinta v�tima, assine o manifesto”.

ESPONT�NEO
Nessa quarta-feira(2), o advogado de defesa de Ant�rio M�nica, Marcelo Leonardo, disse ter conhecimento do manifesto e que ele nasceu de uma iniciativa “espont�nea da comunidade, chocada com a condena��o dele a 100 anos de pris�o”. “Assina quem quer”, garantiu Marcelo Leonardo. Por sua vez, o advogado e assistente de acusa��o, Ant�nio Francisco Patente – que representa as vi�vas dos servidores assassinados, lembra como foi importante que o julgamento dos mandantes e executadores das mortes fosse transferido para Belo Horizonte. “Isso demonstra uma press�o sobre os moradores”, diz. Francisco Patente afirmou que ainda n�o tem conhecimento do manifesto, mas isso pode causar novos processos ao pol�tico, o que s� complicaria sua situa��o.

Ant�rio M�nica – ex-prefeito da cidade por dois mandatos (2005 a 2012) – foi condenado a 100 anos de pris�o, ao lado de seu irm�o, que teve a mesma pena, como mandantes das execu��es. Al�m deles, foram condenados ainda os pistoleiros Alan Rocha Rios, a 94 anos; Erivaldo Francisco dos Reis, a 76 anos e 20 dias, e Willian Gomes Miranda, a 56 anos. Tamb�m foi condenado o empres�rio Hugo Alves Pimenta, considerado o intermedi�rio na contrata��o dos executores. Hugo ter� que cumprir 47 anos, tr�s meses e 27 dias de pris�o, depois de ter sido beneficiado com uma redu��o de pena em raz�o de dela��o premiada. Sua pena inicial era de 96 anos. De acordo com Hugo Pimenta, em depoimento que prestou em agosto de 2013, durante o julgamento dos pistoleiros, a ordem de Norberto foi curta e grossa –“Tora! Tora todo mundo”. Segundo ele, para os executores e colaboradores, os irm�os M�nica teriam desembolsado meio milh�o. Foram mortos os auditores fiscais N�lson Jos� da Silva, Jo�o Batista Soares Lage e Erat�stenes de Almeida Gon�alves e o motorista A�lton Pereira de Oliveira. Os servidores foram assassinados em janeiro de 2004, quando participavam de apura��o de den�ncias de trabalho escravo na regi�o e tiveram o carro interceptado em uma estrada vicinal pelos pistoleiros.

 

 


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