Bras�lia - Preso na sede da Superintend�ncia da Pol�cia Federal do Distrito Federal, o senador Delc�dio do Amaral (PT-MS) recebeu nessa ter�a-feira, 1, visita de pol�ticos do Mato Grosso do Sul, seu reduto eleitoral. Nas conversas, avaliou que dificilmente conseguir� manter seu mandato ap�s instaurado processo de quebra de decoro no Conselho de �tica do Senado. "N�o nasci senador e n�o vou morrer senador. Cumpri meu papel", disse o parlamentar, conforme relato do presidente estadual do PT no Estado, Ant�nio Carlos Biffi.
As regras sobre os procedimentos de visitas ao parlamentar foram estabelecidas ontem, um dia ap�s o encontro com os aliados. De acordo com portaria da Pol�cia Federal, o senador est� autorizado a receber pessoas nos hor�rios de 10h �s 11h ou de 15h �s 16h. Na pr�tica, essa autoriza��o j� vinha sendo adotada desde que Delc�dio foi preso na quarta-feira passada, sob a acusa��o de tentar atrapalhar as investiga��es da Opera��o Lava Jato. Contudo, devido � falta de defini��o por parte do Supremo Tribunal Federal, a Pol�cia Federal resolveu emitir um documento oficial sobre o assunto.
"Ele est� bem ciente das dificuldades que vai enfrentar. Mas, para ele, a filia��o partid�ria e o mandato s�o coisas menores. O foco dele � em explicar a arma��o que foi feita", afirmou Biffi.
Al�m dele, tamb�m estiveram presentes no encontro, que durou cerca de uma hora, os deputados federais Vander Loubet (PT-MS), Zeca do PT (PT-MS) e Dagoberto (PDT-MS), al�m do prefeito de Jardim, Erney Cunha (PT).
A reuni�o ocorreu no mesmo dia em que os partidos Rede Sustentabilidade e PPS apresentaram ao Conselho de �tica do Senado pedido de investiga��o contra Delc�dio. A iniciativa pode resultar na cassa��o do mandato do senador.
"O ano legislativo acaba no dia 22 e, se n�o me falha a mem�ria, s� o prazo para o Delc�dio se defender � de dez a 15 dias. Tivemos v�rios processos anteriores. Nenhum caso foi decidido com menos de 60 dias", ressaltou o presidente do Conselho de �tica, senador Jo�o Alberto (PMDB-MA).
Ligado ao ex-presidente Jos� Sarney (PMDB-AP) e ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ele foi um dos que votaram pela libera��o de Delc�dio em sess�o realizada no plen�rio do Senado na quinta-feira passada. "Eu n�o votei pela perman�ncia dele na pris�o. N�o achei que era flagrante. E tamb�m achava que ele deveria ter tido o contradit�rio. N�o significa que eu n�o possa mudar minha opini�o no andar do processo", ressaltou.
Expuls�o
No encontro com lideran�as pol�ticas do Mato Grosso do Sul, Delc�dio tamb�m minimizou a possibilidade de ser expulso do PT, medida defendida publicamente pelo presidente nacional da legenda, Rui Falc�o. "Acho que o Rui errou, como errou o Supremo, como errou o Senado. Para mim tanto faz como tanto fez, se ele vai me expulsar ou n�o", destacou o senador, segundo Biffi.