Bras�lia – A interrup��o do mandato de um presidente eleito pelas urnas n�o � novidade na hist�ria da Am�rica Latina. Al�m do senador Fernando Collor de Mello, em 1992, ap�s dois anos de mandato, ao menos outros 10 foram depostos ou for�ados a renunciar desde 1990. Cada um deles sob motivos e cen�rios diversos. O primeiro a ser destitu�do na d�cada de 1990, Collor foi alvo do processo de impeachment acusado de receber dinheiro arrecadado de forma il�cita pelo ex-tesoureiro de campanha Paulo C�sar Farias. O ex-presidente chegou a renunciar, mas o Congresso decidiu manter o impedimento. Diante do processo, Collor passou oito anos ineleg�vel.
No Equador, foram tr�s os presidentes depostos desde 1997. Em 2003, foi a vez do presidente da Bol�via, Gonzalo S�nchez de Lozada, renunciar ao mandato ap�s press�es populares. A decis�o de exportar g�s boliviano � Am�rica do Norte por um porto chileno a pre�os baixos motivou uma s�rie de manifesta��es. O mesmo processo ocorreu com Carlos Mesa, que assumiu a presid�ncia, em 2005. No Paraguai, em 1999, o ent�o presidente Ra�l Cubas Grau fugiu do pa�s, alvo de revolta cujo estopim foi a morte do vice-presidente Luis Mar�a Arga�a. Um ano depois, foi a vez do ent�o presidente do Peru, Alberto Fujimori, renunciar ao mandato. Acusado de uma s�rie de crimes, como corrup��o e at� sequestro, ele renunciou ao cargo em viagem ao Jap�o, onde pediu ref�gio pol�tico. Em 2001, o presidente argentino, Fernando de La Rua, renunciou ao mandato ap�s uma s�rie de protestos que culminaram na morte de mais de 30 pessoas. O pa�s estava em recess�o havia tr�s anos e a popula��o exigia mudan�as na economia.
O �ltimo presidente deposto na Am�rica Latina foi o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, cujo impeachment foi aprovado pelo Senado, em 2012, por mau desempenho pol�tico. Professor de Rela��es Internacionais da Universidade de Bras�lia (UnB), Antonio Gehre diz que a maioria dos casos de destitui��o na Am�rica Latina tem a ver com corrup��o e m� gest�o dos recursos p�blicos. “� um sinal favor�vel do fortalecimento da democracia na regi�o”, disse.