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Estado de Minas

Dilma quer enquadrar o vice Michel Temer

Depois do bate-rebate sobre confian�a m�tua, presidente anunciou que teria encontro com o vice, mas recebeu apenas carta dele dizendo ter sido escanteado pelo Planalto


postado em 08/12/2015 06:00 / atualizado em 08/12/2015 07:35

(foto: Lula Marques/ Agencia PT )
(foto: Lula Marques/ Agencia PT )

O bate-boca surdo em torno da “confian�a m�tua” entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o vice-presidente Michel Temer (PMDB) ao longo das �ltimas 72 horas d� o tom do n�vel de tens�o entre a mandat�ria e o primeiro nome na linha sucess�ria. Embora saiba que Temer cobi�a a sua cadeira e, pode estar, em sil�ncio, articulando para obt�-la, Dilma deixa clara a expectativa de uma manifesta��o p�blica de seu vice constitucionalista contra o processo de impeachment. Por seu turno, Temer tem certeza de que Dilma tem raz�es para n�o confiar nele: esse � o cl�ssico jogo movido � expectativa do poder. Entre idas e vindas da desconfian�a m�tua, para distensionar a rela��o, Dilma tratou de chamar para si a conversa com o seu vice, agendada para essa segunda-feira (7) � noite, conforme informou a pr�pria presidente em entrevista coletiva no in�cio da tarde.

CARTA Mas, em vez do encontro, ela recebeu apenas uma carta dele. Depois de manter sil�ncio em rela��o ao pedido de impeachment e de desmentir declara��es de fontes do Pal�cio do Planalto em rela��o a ele, Temer enviou uma carta de tr�s p�ginas a Dilma. No documento, desabafa sua insatisfa��o em rela��o ao lugar reservado para ele no governo desde que assumiu o cargo em 2011.  Temer enumera uma s�rie de epis�dios nos quais se sentiu “escanteado” das decis�es governamentais e encerra dizendo que ela n�o confia nele nem no PMDB. Em que pese o tom forte da carta, o vice-presidente ressalta que a carta n�o � uma declara��o de rompimento com o governo Dilma, mas uma prepara��o para as conversas com a presidente. Temer destaca que, desde a semana passada, Dilma tem feito declara��es p�blicas dizendo que confia em seu vice. Na avalia��o do peemedebista, no entanto, o tom da fala da presidente levanta a desconfian�a de que ela n�o confia nele.

Pelo twitter, o vice-presidente negou, por meio da assessoria, que tenha dado publicidade � carta. “Em face da confidencialidade, (Michel Temer) surpreendeu-se com sua divulga��o”. E continua: “Diante da informa��o de que a presidente o procuraria para conversar, Michel Temer resolveu apontar por escrito fatores reveladores da desconfian�a que o governo tem em rela��o a ele e ao PMDB. Ele rememorou fatos ocorridos nestes �ltimos cinco anos, mas somente sob a �tica do debate da confian�a que deve permear a rela��o entre agentes p�blicos respons�veis pelo pa�s. N�o prop�s rompimento entre partidos ou com o governo. Exortou, pelo contr�rio, a reunifica��o do pa�s, como j� o tem feito em pronunciamentos anteriores. E manter� a discuss�o pessoal privada no campo privado”.

At� o fim da noite, o Planalto n�o havia se manifestado sobre a carta

ALIADOS Temer tem evitado, enquanto puder, falar contra o impeachment e continuar� incentivando os seus aliados mais pr�ximos a trabalhar nessa dire��o. Nos bastidores, o vice conversa com a oposi��o. Com o PSDB, n�o quer assumir o compromisso exigido de n�o concorrer � reelei��o em 2018, caso o desfecho do processo n�o seja favor�vel � petista. Ao mesmo tempo, sabe que n�o faz bem � imagem de um vice conspirar abertamente. Por isso, submergir da cena, embora muito presente nela, � a palavra de ordem: posa de esfinge e manda o explosivo recado por interlocutores instru�dos a “vazar” a declara��o: “Ela nunca confiou em mim”.

A resposta do peemedebista � primeira declara��o da presidente de s�bado � tarde, de que espera “integral confian�a” de seu vice, j� dava a entender o seguinte: “n�o h� confian�a, n�o h� compromisso”. A tr�plica da petista n�o demorou. Em coletiva, Dilma declarou frisando cada palavra: “Confio e sempre confiei. Prefiro ter a posi��o que sempre tive: ele sempre foi extremamente correto comigo e tem sido assim. N�o tem por que desconfiar dele um mil�metro”.

A confian�a � um substantivo que s� emerge em discuss�es das rela��es em que est� ausente. Nos Estados Unidos, a ideia de que o que separa um presidente do vice � “uma batida de cora��o” � recorrente. Itamar Franco pensou nisso quando, no carro oficial a caminho da posse como vice de Fernando Collor. A intera��o entre titulares e vices sempre foi t�o conturbada que, a rigor, rela��es como a de Jos� Alencar Gomes da Silva com o titular Luiz In�cio Lula da Silva e de Marco Maciel com Fernando Henrique Cardoso tornam-se honrosas exce��es nas noites das facas longas que povoam a cena pol�tica. (Com ag�ncias)


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