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Estado de Minas

Investigados pela Lava-Jato financiavam garimpo ilegal em Roosevelt, diz PF


postado em 08/12/2015 15:21

O monitoramento de dois envolvidos na Opera��o Lava-Jato levou a Pol�cia Federal (PF) a tomar conhecimento de que eles estavam financiando a retomada do Garimpo Lage, mais conhecido como Garimpo de Roosevelt, em uma das maiores jazidas de diamantes do mundo. O garimpo est� localizado nas terras dos �ndios Cinta-Larga, em Rond�nia.

Segundo a Pol�cia Federal, para cada R$ 1 milh�o financiado por eles, dinheiro que era usado na compra de m�quinas e combust�veis e no pagamento de funcion�rio e ind�genas, obtinha-se um retorno de R$ 6 milh�es. “Ou seja, em seis meses, o potencial de retorno era R$ 12 milh�es. Como isso vem sendo feito desde 2013, os valores podem chegar a R$ 48 milh�es. Mas esse � um n�mero a ser confirmado”, disse o delegado Bernardo Guidali Amaral, da Superintend�ncia da PF em Rond�nia. Ele � um dos respons�veis pela Opera��o Cr�tons, deflagrada hoje (8).

At� o meio do ano, havia cerca de 700 garimpeiros trabalhando no local. “S� com o que foi extra�do de madeira no �ltimo ano, visando ao funcionamento do garimpo, contabilizamos mais de R$ 1 milh�o, valor que j� est� estipulado como dano m�nimo ambiental”, informou o delegado. “O rasgo do garimpo na mata cresceu 30% desde 2013, o que comprova que a atividade vinha sendo exercida a pleno vapor, em uma das maiores jazidas do mundo, com diamantes de �tima qualidade”. A PF trabalha ainda com a hip�tese de que algumas das pedras obtiveram certifica��o falsa, como se tivessem sido extra�das de garimpos legais.

Os nomes dos envolvidos n�o foram publicados para evitar preju�zos �s investiga��es. “Duas pessoas monitoradas na Lava Jato, em Bras�lia, tiveram intercepta��o de liga��es e e-mails. No decorrer das investiga��es, vimos que eles estavam envolvidos com o financiamento da atividade dentro do garimpo, adquirindo m�quinas e contratando funcion�rios. Depois de retirados, os diamantes eram enviados ao grupo que financiou a atividade.”

A partir dessa constata��o, os investigadores conseguiram identificar empres�rios locais e alguns ind�genas – entre eles caciques – que participaram do esquema. Onze mandados de pris�o est�o sendo cumpridos pela PF, todos em Rond�nia. Cinco dos envolvidos s�o empres�rios do garimpo e seis, ind�genas. Nos demais estados, foram feitas buscas ou condu��o de pessoas suspeitas de envolvimento. Em Bras�lia, os policiais cumpriram mandados em resid�ncias e salas dos respons�veis pelo financiamento da extra��o do garimpo. “H� liga��es muito fortes entre empres�rios e cooperativas e associa��es ind�genas”, informou Amaral. At� o in�cio da tarde, sete pessoas foram presas.

Outros inqu�ritos j� haviam sido instaurados porque garimpos ilegais s�o problema cr�nico em Rond�nia. Em 2004, 24 garimpeiros foram assassinados pelos �ndios, por estarem praticando a atividade irregularmente em Roosevelt. Por esse motivo, alguns caciques chegaram a ser presos na �poca.

“No in�cio de 2014, recebemos informa��o da Funai [Funda��o Nacional do �ndio] de que havia garimpo no local. Fizemos, ent�o, sobrevoo e constatamos, entre abril e maio, a atividade. A partir de ent�o, instauramos inqu�ritos. Mas foi no meio do ano passado que teve in�cio o compartilhamento de provas com a Lava-Jato”, informou o delegado. Segundo ele, as investiga��es trabalham com a hip�tese de que as pedras tenham sido usadas para lavagem de dinheiro.

Apesar de a investiga��o ter come�ado em 2014, foi comprovado que, desde 2013, havia a participa��o dos financiadores, envolvidos tamb�m na Lava Jato. O garimpo na regi�o come�ou a ser intensamente explorado em 2000. Ao longo dos anos, em diversos momentos, o garimpo foi fechado a partir de atua��es da PF, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama) e da Funai. “Mas elas eram pontuais, visando apenas ao fechamento do garimpo. A grande dificuldade est� em mant�-lo fechado”, acrescentou o delegado regional de Combate ao Crime Organizado da PF, Cairo Costa Duarte.

 Com Ag�ncia Brasil


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