O senador Delc�dio Amaral (PT-MS), l�der do governo preso por tentar obstruir as investiga��es da Opera��o Lava-Jato, teve nove encontros com o delator Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, ap�s a deflagra��o da fase ostensiva das apura��es, em mar�o de 2014, com as primeiras pris�es e revela��es do esquema de cartel e corrup��o na Petrobras. A informa��o faz parte de uma lista de reuni�es agendadas com pol�ticos, empres�rios e lobistas entregue pelo empres�rio em seu acordo de colabora��o assinado com a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR).
"Agenda Ricardo Pessoa ano 2014 - Encontrados os seguintes nomes alguns que se repetem in�meras vezes ao longo do ano, entre outros que podem eventualmente interessar", registra o acordo de dela��o de Pessoa, homologado pelo Supremo Tribunal Federal. O documento foi tornado p�blico pelo relator da Lava-Jato no STF, ministro Teori Zavascki, na semana passada.
Em 2014, h� o registro de 11 encontros com o senador preso na quarta-feira, junto com o banqueiro Andr� Esteves, dono do BTG Pactual, e o advogado do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerver�, Edson Ribeiro. Eles s�o acusados de tentarem comprar o sil�ncio do ex-diretor, para que ele n�o fechasse acordo de dela��o com a PGR, e ainda oferecerem rotas de fuga do Pa�s.
Tanto em 2013 como em 2014 os supostos encontros registrados pelo dono da UTC com Delc�dio cobrem quase todos os meses do ano com algumas exce��es. Pessoa ainda fez constar em sua dela��o o registro de reservas que fez para jantares no "Restaurante Charl�" para "realiza��o de reuni�es privadas". Uma delas no dia 1 de mar�o de 2012 como o senador Delc�dio para um jantar marcado para as 8h30.
Pessoa n�o incriminou Delc�dio em nenhum dos 29 termos de dela��o fechados com a PGR e homologados pelo STF. Os dois principais deles dando conta do pagamentos de doa��es para as campanhas presidenciais de Dilma Rousseff e Luiz In�cio Lula da Silva, em 2006.
O nome do senador foi citado, no entanto, por outro delator. O lobista Fernando Falc�o Soares, o Fernando Baiano, afirmou em sua dela��o premiada que a manuten��o do engenheiro Nestor Cerver� na Diretoria Internacional da Petrobras era sustentada pelo senador Delc�dio Amaral (PT/MS). Baiano, supostamente ligado ao PMDB, � acusado de ser um dos operadores de propina no esquema de corrup��o instalado na estatal petrol�fera entre 2004 e 2014.
Em depoimento � PGR, em 9 de setembro deste ano, o lobista citou o ex-ministro Jos� Dirceu (Casa Civil/Governo Lula) como parte das negocia��es para a indica��o de Cerver� ao cargo. Segundo Fernando Baiano, ele e o ex-diretor tinham uma "rela��o de amizade".
"De acordo com informa��o repassada ao depoente pelo pr�prio Nestor Cerver�, ele foi nomeado para a Diretoria Internacional da Petrobras, em 2003, por indica��o de Delc�dio Amaral. Pelo que o depoente sabe, a indica��o e nomea��o de Cerver� foram tratadas com o ent�o ministro da Casa Civil Jos� Dirceu. Na �poca se dizia que todas as nomea��es de diretores da Petrobras passavam pela Casa Civil da Presid�ncia da Rep�blica", afirmou.