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Estado de Minas

Carta de Temer ajudou na derrota do governo


postado em 09/12/2015 08:08 / atualizado em 09/12/2015 08:15

Vice-presidente Michel Temer(foto: Alex Silva /Estadão Conteúdo)
Vice-presidente Michel Temer (foto: Alex Silva /Estad�o Conte�do)
O governo atribuiu a derrota no primeiro teste do impeachment � atua��o do vice Michel Temer, que comanda o PMDB. Na avalia��o do Pal�cio do Planalto, o clima de rebeli�o na C�mara dos Deputados piorou com o vazamento da carta escrita por Temer � presidente Dilma Rousseff. A presidente e o vice v�o conversar hoje � noite, mas assessores dos dois lados afirmam que a oficializa��o do "div�rcio" � apenas uma quest�o de tempo.

Nos bastidores, ministros culparam Temer pelo agravamento da crise pol�tica e disseram que o gesto dele, rompendo com o governo, funcionou como um gatilho para que alas do PMDB e de outros partidos da base aliada se rebelassem contra Dilma. Menos de 24 horas ap�s a divulga��o da carta, o Planalto sofreu um rev�s na C�mara, quando o plen�rio aprovou uma chapa majoritariamente contr�ria a Dilma para a Comiss�o Especial que analisar� o impeachment. � noite, por�m, uma liminar do Supremo Tribunal Federal suspendeu essa decis�o.

"Eu n�o estou rompendo com o governo, mesmo porque sou o vice-presidente. Fiz apenas um desabafo, que j� deveria ter feito h� muito tempo", afirmou Temer a amigos com quem se reuniu ontem, no Pal�cio do Jaburu. "Fiquei indignado com o vazamento de uma carta que era dirigida � presidente e a mais ningu�m." Na correspond�ncia, Temer se queixou de "menosprezo" e afirmou ter passado os quatro primeiros anos de governo como "vice decorativo".

Ap�s se dizer "perplexa", Dilma enviou dois emiss�rios para conversar com Temer e saber o que poderia ser feito para recompor o relacionamento institucional. O primeiro foi o ministro-chefe da Advocacia-Geral da Uni�o, Lu�s In�cio Adams, recebido pelo vice ap�s a meia-noite de segunda-feira. Depois foi a vez do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner.

No diagn�stico do Planalto, o vice n�o apenas n�o vai mover uma palha para ajudar Dilma a enfrentar o impeachment como deixou claro que pretende se juntar ao presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao dizer que o pedido para o afastamento dela tem "lastro jur�dico".

"Quem apertou o bot�o do impeachment foi o PT, e n�o o Temer", reagiu Cunha. Depois de muitas idas e vindas, os tr�s deputados do partido no Conselho de �tica decidiram votar contra o presidente da C�mara, acusado de manter contas secretas na Su��a com dinheiro desviado da Petrobr�s. Cunha nega as acusa��es e aponta "persegui��o" do Planalto.

Latim

O tom duro da carta de Temer provocou tanta tens�o no governo que, ao longo do dia, auxiliares da presidente e do vice se acusaram mutuamente pelo vazamento. "Jamais eu ou o PMDB fomos chamados para discutir formula��es econ�micas ou pol�ticas do pa�s; �ramos meros acess�rios, secund�rios, subsid�rios", escreveu Temer. Ele iniciou a carta com uma express�o em latim ("Verba volant, scripta manent"), que significa "a palavra voa, o escrito permanece".

A ordem no Planalto foi n�o reagir, mas o governo passou o dia medindo a temperatura da nova crise, com monitoramento das redes sociais. A conclus�o foi a de que tanto Dilma quanto Temer sa�ram perdendo com o epis�dio.


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