Bras�lia - Com a reviravolta na composi��o da Comiss�o Especial que decidir� sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o governo voltou atr�s em sua estrat�gia de acelerar o processo no Congresso. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que vinha mantendo discurso alinhado aos interesses do Pal�cio do Planalto, tamb�m mudou de tom nesta quarta-feira, 9, e anunciou preferir um recesso parlamentar mais curto.
A estrat�gia foi costurada na reuni�o de l�deres aliados com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, durante a manh� desta quarta O ministro ficou de ligar para Renan para pedir a manuten��o do recesso parlamentar, al�m da convoca��o do Congresso para votar mat�rias or�ament�rias.
O presidente do Senado negou qualquer contato do governo. "Eu conversei com setores da oposi��o. Me surpreende o Berzoini estar nessa posi��o", afirmou. Mas apesar de, at� ent�o, dar sinais contra a convoca��o do Congresso, Renan tamb�m mudou. "Deveremos ter sess�o na ter�a e na quarta-feira e, a partir da�, quantas vezes forem necess�rias", afirmou.
O objetivo do governo, confirmado no discurso de Renan Calheiros, � votar todas as propostas sobre o or�amento de 2016, com prioridade para a Lei de Diretrizes Or�ament�rias (LDO), ainda em dezembro. Em seguida, haveria uma pausa para o Natal e convoca��o extraordin�ria do Congresso durante o recesso. Renan, entretanto, disse n�o saber exatamente quando e como se dar� a convoca��o.
Oposi��o
Quem primeiro sugeriu um recesso parlamentar parcial foi a oposi��o. A hip�tese de interromper as atividades legislativas para o Natal e retornar at� 15 de janeiro foi trazida pelo senador A�cio Neves (PSDB-MG), segundo ele, para alcan�ar um meio termo entre a suspens�o total ou a manuten��o do recesso, ponto de diverg�ncia entre governo e oposi��o.
Outra ordem que veio da reuni�o de l�deres com Berzoini � suspender demais estrat�gias at� o pr�xima quarta-feira, quando os ministros do Supremo re�nem-se para decidir sobre os questionamentos apresentados pelo PC do B a respeito da forma��o de chapa com candidaturas avulsas e da realiza��o de vota��o secreta para escolher os integrantes da comiss�o do impeachment na C�mara.
Segundo l�deres governistas que participaram da reuni�o, o tom no Planalto � de cautela e n�o de comemora��o. Na avalia��o do governo, a decis�o de Fachin apenas equilibrou o jogo. L�deres avaliaram, por exemplo, que a vota��o secreta � "a tenta��o do dem�nio". O l�der do governo, Jos� Guimar�es (PT-CE), prop�s um acompanhamento meticuloso da situa��o.
A an�lise inicial mostra que mais de 20 deputados governistas n�o estavam presentes, o que eleva o placar pr�-Dilma para 219 votos (199 votos a favor da chapa governista mais os 20 ausentes).
No hor�rio da reuni�o, deputados da ala oposicionista do PMDB ainda n�o haviam protocolado pedido de destitui��o do l�der do partido, Leonardo Picciani (RJ), que n�o participou do encontro. A quest�o, no entanto, j� preocupa o Planalto, pois a mudan�a no maior partido da C�mara coloca o grupo de 66 deputados sob as ordens de um comando contr�rio � presidente Dilma.
Na reuni�o, o governo anunciou o ex-deputado do PT, Geraldo Magela, como novo assessor de Berzoini para lidar com as bancadas no Congresso. Ele assume o lugar de Tadeu Filippelli (PMDB).