
Segundo Pessoa, durante a execu��o do contrato da UTC com a Transpetro - assinado em 20 de julho de 2006 em "licita��o leg�tima" -, a empreiteira teve dificuldades em rela��o "� fiscaliza��o, ao planejamento, � libera��o de frentes, � realiza��o de medica��es e � efetiva��o dos pagamentos".
"Diante dessas dificuldades, o declarante (Pessoa) procurou o presidente da Transpetro para superar os entraves na execu��o das obras", diz relat�rio da PGR. "Nos encontros que teve com S�rgio Machado, este disse que poderia ajud�-lo e solicitou que o declarante lhe pagasse R$ 1 milh�o; que S�rgio Machado disse que o pagamento serviria para fazer com que as obras andassem normalmente; que o declarante efetuou o pagamento, mas n�o houve melhora na execu��o do contrato com a Transpetro."
O dono da UTC afirmou que o pagamento foi feito em tr�s ou quatro parcelas. O dinheiro, segundo Pessoa, foi entregue em S�o Paulo, "na sede da UTC ou em um hotel no Itaim-Bibi".
Nesta ter�a-feira, 15, a Pol�cia Federal fez buscas no apartamento de Machado em S�o Conrado, no Rio. Os agentes levaram malotes com documentos.
O ex-presidente da Transpetro deixou a subsidi�ria da Petrobras em fevereiro de 2015, ap�s 12 anos no comando da estatal petrol�fera. A Transpetro � a maior processadora brasileira de g�s natural. Machado foi nomeado em 2003 pelo ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva.
Machado j� havia sido citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Em dela��o premiada, Costa afirmou que recebeu de Machado R$ 500 mil em dinheiro "como parte de um pagamento de propina referente ao fretamento de navios entre 2009 e 2010, que envolvia a Diretoria de Abastecimento e a Transpetro".
'Lisura'
O ex-presidente da Transpetro informou ontem, ap�s as buscas da PF durante a Opera��o Catilin�rias, que est� � disposi��o de todos os �rg�os envolvidos nas investiga��es, para prestar os esclarecimentos solicitados. "O ex-presidente da Transpetro S�rgio Machado reitera estar certo da lisura de sua gest�o � frente da empresa e tem total confian�a no trabalho dos investigadores e da Justi�a", afirmou Machado em nota.
Renan
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), minimizou as a��es realizadas ontem pela Pol�cia Federal de busca e apreens�o em resid�ncias e escrit�rios de pol�ticos do PMDB. Renan n�o quis dar nenhuma declara��o objetiva sobre o epis�dio. "N�o tenho informa��o. Prefiro n�o dar opini�o sem saber o que motivou essas a��es", resumiu.
A interlocutores pr�ximos, no entanto, o presidente do Senado avaliou que "o governo n�o tem controle sobre as investiga��es" e que "n�o mudar� sua conduta". Atualmente, ele � principal aliado da presidente Dilma Rousseff no Congresso.