
Andr� Esteves foi detido por ordem do Supremo Tribunal Federal no dia 25 de novembro, com o senador Delc�dio Amaral (PT-MS), ex-l�der do governo Dilma no Senado. Ambos s�o acusados de tramar contra a Opera��o Lava-Jato.
"Fernando Ant�nio Falc�o Soares tamb�m dep�s de molde a fornecer elementos no sentido de que houve pagamento de vantagem indevida, pelo denunciado Andr� Esteves, no contexto da aquisi��o, pelo Banco BTG Pactual, de ativos da Petrobras na �frica", apontou a acusa��o da Procuradoria.
O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, acrescentou: "Observa-se, a prop�sito, que o denunciado Delc�dio do Amaral admitiu, em seu interrogat�rio policial, saber que o denunciado Andr� Esteves j� teve neg�cios de explora��o de petr�leo na �frica".
Ex-presidente
Ao apresentar den�ncia criminal contra Esteves e Delc�dio ao Supremo, o procurador-geral da Rep�blica destacou ainda as revela��es de outro delator da Lava-Jato, o ex-diretor da �rea Internacional da Petrobras Nestor Cerver�.
O ex-dirigente da estatal envolveu Andr� Esteves em outro epis�dio de corrup��o. Segundo Cerver�, o banqueiro pagou R$ 6 milh�es em propinas ao senador Fernando Collor (PTB-AL) - essa informa��o j� havia sido feita ao Minist�rio P�blico Federal pelo doleiro Alberto Youssef, pe�a central da Lava-Jato.
A quantia teria sido repassada ao ex-presidente da Rep�blica (1990-1992) para que a BR Distribuidora - subsidi�ria da Petrobras - cedesse sua bandeira para uma rede de 120 postos de combust�veis controlada pelo Banco BTG Pactual, em sociedade com o Grupo Santiago, em S�o Paulo. Collor, segundo os investigadores, teria forte influ�ncia sobre a BR Distribuidora.
"O Banco BTG Pactual, em sociedade com o Grupo Santiago, tinha a propriedade de 120 postos de combust�veis em S�o Paulo/SP e pagou vantagem indevida no valor de R$ 6 milh�es ao senador Fernando Collor para que a BR Distribuidora S/A, sobre cujos dirigentes ele tinha influ�ncia pol�tica, pagasse para que esses postos adotassem a bandeira BR", acentuou o chefe do Minist�rio P�blico Federal.
Grava��o
Esteves tamb�m foi citado em conversa gravada pelo filho de Cerver�, Bernardo, em 4 de novembro de 2015, em Bras�lia, durante uma reuni�o entre ele, o senador, o chefe de gabinete de Delc�dio, Diogo Ferreira, e o advogado Edson Ribeiro. No encontro, segundo a Procuradoria, Delc�dio se disp�s a comprar o sil�ncio de Cerver�, que estava fechando acordo de dela��o.
Segundo Janot, o custeio do aux�lio incumbiria, em sua maior parte, a Esteves, sob a condi��o de que Cerver� n�o fizesse dela��o ou que, se o fizesse, "n�o fornecesse aportes probat�rios sobre os denunciados Delc�dio do Amaral e Andr� Esteves nem sobre o Banco BTG Pactual".
Na den�ncia, Janot declara que Esteve faz parte da "engrenagem". "Com rela��o ao denunciado Andr� Esteves, embora ele n�o estivesse presente na reuni�o gravada no dia 4 de novembro de 2015, � inequ�voca a prova de sua atua��o na organiza��o criminosa antes descrita e na engrenagem: financeira da atua��o do denunciado Delc�dio do Amaral para evitar, retardar ou modular o conte�do da colabora��o premiada de Nestor Cerver�."