Bras�lia - Com a proximidade da Conven��o Nacional do PMDB, prevista para mar�o, o vice-presidente Michel Temer desembarcou nesta ter�a-feira, 5, em Bras�lia para tentar negociar a pacifica��o da bancada da legenda na C�mara e evitar que a disputa tamb�m contamine o processo para a sua recondu��o � presid�ncia da legenda.
O vice-presidente tem defendido um entendimento na briga pela lideran�a da C�mara. "O Michel est� acompanhando o processo. N�o est� interferindo diretamente", afirmou � reportagem o deputado Osmar Terra (PMDB-RS), ap�s falar por telefone com o vice-presidente.
Temer deve se encontrar nesta quarta-feira, 6, com o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para discutir o assunto. A defini��o do l�der da bancada da legenda, a maior da C�mara com 68 integrantes, dever� ocorrer em fevereiro. O vice-presidente busca o papel de apaziguador da disputa uma vez que ela envolve dois dos Estados com o maior n�mero convencionais: Minas Gerais e Rio de Janeiro.
'Harmonia'
"Acho que precisamos de muita harmonia. O ano novo enseja, pelo menos no come�o, essa ideia de harmonia absoluta, harmonia no Pa�s, harmonia no PMDB, nas bancadas e em todos os locais que precisamos", disse Temer ao deixar a vice-presid�ncia. Questionado o que espera para este ano de sua rela��o com a presidente Dilma Rousseff, ele disse: "harmoniosa".
A posi��o de Temer neste in�cio de ano sobre a disputa na bancada difere da que ele teve no final do ano passado, quando se movimentou nos bastidores para substituir o ent�o l�der Leonardo Picciani (RJ) - pr�ximo ao Pal�cio do Planalto e contra o impeachment - pelo deputado Leonardo Quint�o (MG), ligado ao grupo favor�vel ao processo de impeachment.
O deputado mineiro chegou a ocupar o posto por uma semana, mas foi destitu�do ap�s Picciani conseguir, com ajuda do governo, maioria de assinaturas na bancada. A interven��o de Temer na briga acabou gerando desgaste com l�deres do PMDB do Rio.
Pr�ximo ao vice-presidente e principal articulador do impeachment, Cunha declarou guerra a Picciani e diz abertamente que, ao contr�rio da �ltima disputa, votar� na elei��o do novo l�der. Ele defende que o candidato seja um nome de consenso do PMDB mineiro, que tem sete representantes, n�mero menor apenas que a bancada do Rio de Janeiro, com 11 deputados.
J� os peemedebistas fluminenses t�m atuado para ajudar Picciani. Aliado do atual l�der da bancada, o vereador �tila Nunes (PMDB-RJ) deve tomar posse nesta quarta como deputado federal gra�as a uma liminar do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. Cunha havia se negado a empossar Nunes. O governador do Rio, Luiz Fernando Pez�o (PMDB), nomeou o deputado federal Ezequiel Teixeira (PMB-RJ) secret�rio de Assist�ncia Social e Direitos Humanos do Estado, abrindo o caminho para Nunes assumir como suplente na C�mara dos Deputados.
Apesar do posicionamento de Temer pela unidade partid�ria, a briga pelo comando da legenda na C�mara mant�m-se acirrada mesmo durante o recesso parlamentar. At� o momento, a bancada de Minas n�o consegue chegar a um consenso sobre quem disputar� com Picciani. Dois nomes brigam pela vaga.
As discuss�es entre Quint�o e Newton Cardoso J�nior n�o se restringem aos bastidores nem �s cr�ticas a Picciani. Quint�o diz que sua candidatura � "irrevers�vel" e Cardoso J�nior afirma que o colega "queimou a largada".
Os dois concordam apenas ao dizer que Picciani s� pode ser reconduzido se conseguir apoio de dois ter�os da bancada, resolu��o acordada no in�cio do ano passado. O deputado pelo Rio de Janeiro diz que o acordo n�o tem validade porque seus advers�rios se organizaram para destitu�-lo antes do fim do prazo de sua lideran�a. "Eles n�o t�m condi��es de cobrar acordo nenhum porque acabaram com qualquer possibilidade de acordo quando fizeram lista", disse Picciani.