
Bras�lia, 06 - O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva prestou depoimento � Pol�cia Federal nesta quarta-feira, 6, em Bras�lia, sobre suposto esquema de "venda" de medidas provis�rias em seu governo. O pedido foi feito pela defesa do petista e aceito por investigadores da Opera��o Zelotes.
Segundo a assessoria de imprensa do ex-presidente, ele prestou informa��es ao delegado Marlon Cajado "colaborando, como sempre faz, para esclarecer a verdade".
Nessa quarta-feira, Lula foi apenas prestar informa��es � PF, sem que o depoimento fosse colhido como testemunha ou como investigado.
O lobista Alexandre Paes dos Santos, no entanto, preso e denunciado no esquema, arrolou Lula para depor como sua testemunha de defesa. A intima��o do petista e de mais 11 pessoas no caso foi autorizada nesta semana pelo juiz da 10ª Vara Federal de Bras�lia, que conduz a a��o penal sobre o caso. As oitivas devem acontecer no final de janeiro.
De acordo com nota emitida pelo Instituto Lula, a data e o hor�rio do depoimento foram definidos pelo delegado Cajado com os advogados do ex-presidente em dezembro passado. Inicialmente, o depoimento estava marcado para o dia 17 de dezembro, mas foi adiado para hoje.
Lula foi intimado a dar explica��es sobre "fatos relacionados ao lobby realizado para a obten��o de benef�cios fiscais", por meio de Medidas Provis�rias (MPs) que favoreceram montadoras de ve�culos. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S.Paulo em s�rie de reportagens publicada em outubro.
A assessoria do ex-presidente afirmou que as MPs 471/2009 e 512/2010, editadas em seu governo, tiveram como objetivo promover o desenvolvimento das regi�es Norte, Nordeste e Centro-Oeste, "sem favorecimento a qualquer setor".
"A MP 471/2009 prorrogou, de 2010 at� 2015, incentivos fiscais concedidos desde 1997 e 1999 a ind�strias automotivas e de autope�as instaladas nas regi�es Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Pa�s e foi aprovada por unanimidade no Congresso. A MP 512/2010 estendeu os incentivos a novos projetos destas ind�strias, com exig�ncia de novos investimentos em tecnologia e inova��o", diz a nota.
Lula argumentou ainda que as duas MPs geraram milhares de empregos e que elas foram resultado de "reivindica��es e di�logo com lideran�as pol�ticas, governadores, sindicalistas e empres�rios".
A assessoria do ex-presidente destacou que quando o Congresso acrescentou emenda parlamentar � MP 627 relativa � tributa��o de empresas no exterior, em 2013, Lula j� n�o era mais presidente da Rep�blica.
Lu�s Cl�udio Lula da Silva, filho ca�ula do ex-presidente, � investigado na Zelotes por suspeita de receber R$ 2,5 milh�es de um dos lobistas investigados pela compra das MPs. Outro alvo da opera��o � o ex-ministro Gilberto Carvalho. Os dois negam ter participado de irregularidades.
