
Bras�lia - A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira, em caf� da manh� com jornalistas, que far� "o poss�vel" para garantir super�vit prim�rio de 0,5% neste ano e assegurar que a infla��o comece a convergir para o centro da meta, de 4,5%. Para a presidente, a "banda de cima", com teto de 6,5%, tem de ser alcan�ada o mais rapidamente poss�vel.
Depois de avisar que "todo o governo est� empenhado em garantir" que 2016 seja melhor do que 2015, a presidente avisou que "se aprovar a CPMF e a DRU (desvincula��o das receitas da Uni�o), se estas propostas forem encaminhadas e se estabilizar a economia, a infla��o ir� convergir para a meta".
Depois de dizer que vai lutar "com unhas e dentes" para manter a expectativa positiva da economia, a presidente emendou: "precisamos criar um outro ambiente no Brasil, com outras expectativas".
Dilma repetiu ainda que parte dos recursos da CPMF ir�o para os Estados e munic�pios e que estes recursos ajudar�o a resolver os problemas graves da Sa�de, principalmente no Rio de Janeiro. "Eu te asseguro que uma parte expressiva (da CPMF) resolve (o problema da sa�de)", disse ela, ao salientar que � preciso que exista esta fonte de recursos.
No encontro com jornalistas, que durou cerca de duas horas, a presidente falou muito de economia e disse que "n�o est� pensando" em usar as reservas cambiais do governo, que est�o em torno de US$ 370 bilh�es, para financiar programas de investimento, como defendem alguns segmentos do governo e o PT. "Sequer discutimos isso", declarou.
Sem subs�dios
A presidente Dilma n�o quis dizer em que setores o governo ir� atuar para restabelecer um ambiente de crescimento para a economia, mas declarou que o BNDES poder� "financiar empresas mais fragilizadas", como as pequenas, m�dias e micro. Negou, no entanto, que se volte ao modelo de antes, quando v�rios segmentos da economia foram subsidiados.
Dilma fez quest�o de responder �s cr�ticas de que s� pensa em se salvar politicamente, ao afirmar que "o governo n�o est� parado". A presidente lembrou que as desonera��es do passado "foram muito bem intencionadas" mas reconheceu que "o momento agora � outro" e que n�o cabe continuar neste caminho.
Ao falar de infla��o, a presidente reiterou que "temos todas as condi��es para redu��o de infla��o", acrescentando que "de uma certa forma, o mercado tamb�m avalia nessa dire��o" porque "os fatores que levaram ao aumento de pre�os est�o em decl�nio".
Para a presidente, "a quest�o do equil�brio fiscal � essencial para a redu��o da infla��o". "Nosso objetivo � que ela volte o mais rapidamente poss�vel para dentro da meta". "Voc� tem um mecanismo principal, a quest�o do equil�brio fiscal, e tamb�m o super�vit de 0,5%. Garantindo o super�vit e o equil�brio fiscal, isso criar� as condi��es para que a infla��o se equilibre, volte para o centro da meta, volte para a meta", disse Dilma.
A presidente salientou que "o Banco Central est� falando que n�s olharemos isso (o retorno ao centro da meta inflacion�ria) no horizonte at� 2017, mas ele est� dizendo, a respeito dos 4,5%, eu estou dizendo que n�s queremos nos aproximar da banda de cima da meta o mais r�pido poss�vel este ano".
Coelho na cartola
Dilma insistiu na necessidade de aprovar CPMF e DRU. "N�s achamos que se tiver certas condi��es pr�vias, aprova��o da CPMF, DRU, se n�s conseguirmos aprovar algumas medidas provis�rias, encaminhar as reformas, voc� estabiliza a economia e consegue fazer as coisas". E acrescentou: "n�s n�o podemos descuidar, porque n�s precisamos voltar a crescer".
A presidente repetiu a express�o do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, que n�o h� como tirar um "coelho da cartola" para consertar os erros na economia e defendeu que � preciso investir em duas frentes para reverter a crise: equil�brio fiscal e retomada de crescimento.
Para isso, al�m de controlar a infla��o, Dilma destacou que era preciso aprovar no Congresso a volta da CPMF e a prorroga��o da desvincula��o de receitas da Uni�o (DRU). A presidente tamb�m destacou como primordial colocar em pr�tica a reforma da Previd�ncia.
"N�s vamos enfrentar a reforma da Previd�ncia. N�o � poss�vel que a idade m�dia das pessoas que se aposentam no Brasil seja de 55 anos", disse.
Em sua fala, a presidente destacou que "o Pa�s n�o pode parar", salientando que "� muito dif�cil fazer o reequil�brio fiscal sem frear a queda da atividade econ�mica".
Dilma fez quest�o de defender a carga tribut�ria existente no Pa�s, dizendo que ela n�o cresceu. "H� um mito de que a carga tribut�ria no Brasil vem crescendo. A carga n�o vem crescendo", declarou, informando que ela � de 33,4% e, se considerar s� os impostos federais, � de 22,5%. Citou ainda que, para elevar carga tribut�ria de pessoa f�sica, � preciso discutir as consequ�ncias.
Juros
Sobre juros, a presidente se recusou a falar, dizendo que "muita gente d� palpite" sobre isso. "N�o me manifesto sobre juros", declarou. Para a presidente, "n�o � adequado" tratar deste assunto. "Ningu�m no governo, al�m do Banco Central, est� autorizado a falar sobre isso (juros). � um assunto muito delicado para ficarem dando palpite".