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Estado de Minas

MPF apura suspeita de propinas para Cunha

Presidente da C�mara � investigado por usar sua influ�ncia para que bancos p�blicos e fundos de pens�o invistam em pap�is de empresas privadas. Em troca, receberia propina das beneficiadas


postado em 08/01/2016 09:41

A Procuradoria-Geral da Rep�blica suspeita que o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu propina dos grupos Bertin (conglomerado que atua nas �reas de infraestrutura, energia, agroneg�cio, entre outros) e J&F Investimentos, que controla a JBS Friboi.

Os recursos teriam sido pagos por meio de "laranjas", entre eles o operador do mercado financeiro L�cio Funaro, apontado como "lavador de recursos" do deputado, e uma assessora do gabinete do peemedebista.

Cunha � investigado por, supostamente, usar sua influ�ncia para que bancos p�blicos e fundos de pens�o invistam em pap�is de empresas privadas. Em troca, receberia propina das beneficiadas.


As investiga��es miram em uma opera��o de emiss�o de deb�ntures (t�tulos da d�vida) de quase R$ 1 bilh�o, feita em 2012 pela Eldorado Brasil Celulose, do J&F. Os pap�is foram adquiridos pelo FI-FGTS, administrado pela Caixa Econ�mica Federal.

A Procuradoria registra que empresas da J&F fizeram in�meros repasses � Viscaya Holding Participa��es, de Funaro, o que estaria relacionado � libera��o dos recursos do FI-FGTS. Entre 2012 e 2013, foram pagos R$ 6,7 milh�es. A maior parte do dinheiro (R$ 4,4 milh�es) foi repassada em mar�o de 2013, ap�s a emiss�o das deb�ntures.

"As transfer�ncias para a Viscaya, em valores milion�rios, provenientes do 'grupo JBS', provavelmente dizem respeito a vantagens indevidas em contexto de favorecimento do referido grupo", diz relat�rio da investiga��o obtido pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Apontado como operador de Cunha, Funaro, por meio de duas outras empresas, pagou por carros de luxo do deputado.

As mensagens de celular de Cunha indicam, conforme a Procuradoria, que ele teve uma reuni�o em 2 de agosto de 2013 com o empres�rio Joesley Batista, da J&F, e o ex-banqueiro Andr� Esteves, do BTG Pactual, que foi preso em novembro, acusado de tentar atrapalhar a Opera��o Lava Jato. Contudo, o suposto encontro n�o � descrito nas comunica��es.

As investiga��es apontam tamb�m que Cunha teria usado a empresa de uma de suas assessoras na C�mara para receber recursos da Contern Constru��es e Com�rcio, do Grupo Bertin.

A empresa, detentora de contratos com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), repassou R$ 804 mil � Viscaya em 22 de janeiro de 2014. No dia seguinte, uma transfer�ncia de R$ 100 mil foi feita pela empresa de Funaro para a Tranzabel, de Denise dos Santos, lotada no gabinete de Cunha.

"Assim, a Contern pagou a Funaro a quantia de R$ 700.000 (por interm�dio da Viscaya) e R$ 100.000 � empresa Tranzabel, de propriedade da assessora de Eduardo Cunha. Em verdade, o dinheiro era destinado a Eduardo Cunha", afirma a Procuradoria-Geral.

Defesas

Cunha, em nota, reiterou ontem que n�o recebeu "qualquer vantagem indevida de quem quer seja" e desafiou que se apresentem provas disso. Ele reafirmou ser v�tima de "persegui��o pol�tica". "As ila��es da PGR ser�o respondidas no f�rum e no momento apropriados", disse.

O deputado alegou que sua rela��o com a assessora � "puramente profissional" e restrita �s atividades de seu mandato. "N�o tenho 'laranjas', nada tenho a ver com eventuais outras atividades que ela desenvolva e desconhe�o as atividades dessa empresa da qual ela � cotista."

Denise n�o foi localizada pelo jornal O Estado de S.Paulo. Na sua empresa e no gabinete de Cunha, a informa��o ontem � que ela estava de f�rias, viajando.

Em nota, Funaro disse que, devido ao sigilo das investiga��es e seguindo a orienta��o de sua defesa, s� vai se pronunciar "sobre qualquer fato relativo aos autos no fim do recesso do Supremo Tribunal Federal".

A J&F afirmou que algumas de suas empresas est�o sendo v�timas de "acusa��es infundadas e sem qualquer tipo de comprova��o". Em nota, disse que nenhuma de suas controladas solicitou ou foi favorecida por pol�ticos ou qualquer outra pessoa para obter recursos financeiros de bancos p�blicos ou privados.

A J&F disse desconhecer a investiga��o e assegurou que a capta��o da Eldorado Brasil "seguiu todos os procedimentos legais" e foi "dentro de regras e remunera��es de mercado".

Sobre o pagamento � Viscaya, de Funaro, a J&F afirmou que ele foi contratado durante a negocia��o entre a fam�lia Batista, controladora da J&F, e a fam�lia Bertin, para intermediar a sa�da da Fam�lia Bertin da holding J&F. Al�m disso, Funaro havia sido contratado pela Jandele, controladora da Big Frango, para promover a venda da empresa, que foi feita � JBS.

A J&F afirmou que n�o houve reuni�o entre Joesley Batista, Andr� Esteves e Eduardo Cunha em 2 de agosto de 2013.

Os advogados do Grupo Bertin informaram que L�cio Funaro foi contratado para tratar de uma disputa societ�ria envolvendo o grupo.


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