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Estado de Minas

Reelei��o de Haddad � tida como priorit�ria pelo PT


postado em 10/01/2016 12:19 / atualizado em 10/01/2016 12:42

Em outubro deste ano, o presidente nacional do PT, Rui Falc�o, anunciou que a reelei��o de Fernando Haddad � prioridade "n�mero um" do partido. A an�lise do quadro atual permite dizer que a reelei��o dele � essencial para o futuro do partido de Luiz In�cio Lula da Silva.

Haddad � prefeito da maior capital do Pa�s, terceiro maior or�amento (atr�s da Uni�o e do Estado de S�o Paulo). Fora a capital paulista, o PT tem prefeitos em outras tr�s capitais menos relevantes politicamente - Paulo Garcia, em Goi�nia; Luciano Cartaxo, em Jo�o Pessoa; e Marcus Alexandre, em Rio Branco. Esses fatores j� seriam suficientes para a prioriza��o de sua campanha pelo partido, mas, al�m disso, o PT passa por uma crise profunda. Com a presidente Dilma Rousseff sob amea�a de impeachment e o nome de pessoas pr�ximas ao ex-presidente Lula ligado a den�ncias de corrup��o, o partido v� sua popularidade em queda livre. Pesquisa Datafolha em novembro mostrou que o partido tem a menor taxa de simpatia entre paulistanos em sua hist�ria: 11% (o recorde foi de 35%).


O prefeito de S�o Paulo tem uma cara jovem, moderna e com uma apar�ncia de retid�o na vida p�blica que poderia ajudar a melhorar a imagem do PT. "Ele tem esse progressismo remo�ado, que � importante em termos de carreira pol�tica atualmente, nessa fase de cansa�o da popula��o com a pol�tica", avalia Humberto Dantas, professor de ci�ncia pol�tica do Insper, ao lembrar as pol�ticas que s�o marcas do prefeito na cidade, como as ciclovias e faixas exclusivas de �nibus, o fechamento da Paulista, as centrais de triagem e as sacolinhas para reciclagem de lixo. "S�o medidas ousadas, que conquistam mas tamb�m polarizam de forma extrema. As pessoas adoram ou odeiam as ciclovias, por exemplo."

Por outro lado, o especialista aponta que Haddad precisa evitar sua postura de arrog�ncia. "Por vezes ele � extremamente arrogante, assume um perfil de acad�mico incontest�vel e se impacienta facilmente, isso � ruim em uma campanha. N�o existe nada inquestion�vel em uma democracia", alerta o professor.

Em entrevista ao Broadcast Pol�tico, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado, em novembro, Haddad chegou a dizer que n�o h� oposi��o � sua altura na cidade. Em outubro, ao jornal El Pa�s, o petista afirmou ser "um agente da civiliza��o contra a barb�rie". Dantas avalia que Haddad n�o tinha essa postura quando venceu em 2012. "L� atr�s quem tinha essa postura impaciente era Jos� Serra (PSDB) e deu no que deu", lembra o professor. O tucano perdeu no segundo turno para o petista.

Advers�rios em 2016


Apesar de Celso Russomanno (PRB) vir despontando nas pesquisas, com mais de 30% da prefer�ncia do eleitorado, a avalia��o tanto da equipe de Haddad como de analistas externos � que o deputado federal tem fragilidades e cair� sozinho. Nesse cen�rio, a maior advers�ria do prefeito seria a senadora Marta Suplicy (PMDB). Ex-petista, Marta � tamb�m ex-colega de Haddad. Ele participou da gest�o dela enquanto prefeita (2005-2008). Os dois devem disputar o eleitorado historicamente ligado ao PT.

Ela recuperar� marcas de sua gest�o que se confundem com as de Haddad, como os Centros de Educa��o Unificadas (CEUs), faixas de �nibus e o bilhete �nico. Programas que Haddad argumentar� ter ampliado e melhorado.

O fator partid�rio tamb�m mostra uma tend�ncia de disputa com a senadora. Marta atropelou o acordo que PT e PMDB haviam acertado no in�cio de 2015 e previa o hoje secret�rio Gabriel Chalita como vice na chapa de reelei��o. Chalita segue firme em declara��es de que tentar� ser o candidato pelo partido, em uma tentativa de ajudar Haddad, impondo um obst�culo interno a Marta no PMDB. Especula-se que ele pode sair do partido pra ser vice do petista por outra agremia��o, mas s� deve faz�-lo no limite do prazo.

"A disputa de Haddad � com Marta, enquanto Russomanno, Datena (PP) e o candidato do PSDB tendem a disputar outra categoria de eleitor", avalia Humberto Dantas, do Insper.

A avalia��o do especialista � que, se o debate se centrar em pol�ticas na cidade e se Haddad controlar a arrog�ncia, suas chances eleitorais aumentam. Se o debate girar em torno de PT e Lava Jato, sua viabilidade eleitoral cai. "Se for um debate centrado na cidade, ele vai ser tenso e intenso, mas com chances de Haddad convencer que as iniciativas do seu governo foram razo�veis. Se caminhar para o cen�rio partid�rio nacional, ele efetivamente estar� em risco. Vai ser dif�cil pedir voto para o PT no ano que vem."

Se conseguir a reelei��o, Haddad ter� vencido resist�ncias no Estado que mais deu votos ao tucano A�cio Neves na elei��o presidencial de 2014 e � governado pelo PSDB h� 20 anos e poder� sinalizar a possibilidade de renova��o nos quadros petistas.

Periferia


A dire��o petista municipal disputa espa�o nas decis�es estrat�gicas de pr�-campanha com o n�cleo montado por Haddad e pressiona o prefeito a focar em a��es na periferia. Reunidos no in�cio de novembro, vereadores e a executiva municipal sugeriram que o prefeito "gaste sola de sapato" e "inverta prioridades" - em cr�tica indireta �s medidas vistas por petistas como mais "est�ticas", como as ciclovias, mas n�o t�o efetivas como constru��o de escolas e hospitais.

Os n�meros justificam a preocupa��o do partido com o setor da popula��o que tradicionalmente sempre o apoiou. O mesmo levantamento do Datafolha de novembro mostrou que 15% dos paulistanos aprovam a gest�o de Haddad. Entre os mais pobres, a taxa cai a 12%. Reportagem do jornal O Estado de S.Paulo em julho mostrou que o prefeito cumpriu um quarto das metas de campanha. Para a periferia, prometeu tr�s hospitais e dois deles (Parelheiros, na zona sul, e Brasil�ndia, na zona norte) tiveram as obras iniciadas apenas em 2015. Nas �reas de educa��o e urbanismo, a gest�o tamb�m ficou devendo obras.

Nos �ltimos meses de 2015, Haddad passou a uma estrat�gia mais evidente para tentar recuperar espa�o com o eleitorado historicamente alinhado ao PT. O prefeito programou cerca de 300 inaugura��es para o fim de ano, a maioria em bairros mais distantes do centro. Na lista, hospitais, unidades b�sicas de sa�de, de pronto-atendimento, creches, escolas, corredores de �nibus, obras de urbaniza��o de favelas, parques, pontes, viadutos, canaliza��o de c�rregos.

Marta, logo depois de entrar no PMDB, em setembro, vem trilhando o mesmo caminho. Em franca pr�-campanha, a senadora tem usado praticamente todos os finais de semana em S�o Paulo desde ent�o para circular na periferia, onde tem mais apoio. Faz de visitas a CEUs a participa��es em churrascos e casamentos comunit�rios. O ano de 2016 mal come�ou e a disputa j� est� acirrada.


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