O governo tenta apressar o lan�amento de medidas de est�mulo � economia para tirar o foco das den�ncias contra o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, e dos desdobramentos da Opera��o Lava-Jato. Embora o Pal�cio do Planalto n�o considere as acusa��es "comprometedoras", a avalia��o do n�cleo pr�ximo � presidente Dilma Rousseff � a de que Wagner virou alvo justamente por seu papel na estrat�gia de evitar o impeachment e tamb�m pela aus�ncia de uma "agenda positiva" para se contrapor � crise pol�tica.
A preocupa��o do Planalto � que as medidas para a economia, previstas para fevereiro, tamb�m t�m potencial para provocar diverg�ncias. A ideia de Dilma � ouvir sindicalistas, empres�rios e l�deres da base antes de divulg�-las. Al�m da concess�o de cr�dito para impulsionar setores como a constru��o civil, Dilma disse que pretende "perseguir" a��es de maior f�lego, como as reformas da Previd�ncia e tribut�ria.
Antes da nova leva de den�ncias da Lava-Jato, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva j� havia aconselhado Dilma a aproveitar o recesso parlamentar para se reaproximar do vice Michel Temer, que comanda o PMDB, e de deputados e senadores da base. O governo avaliava que a crise daria uma tr�gua em janeiro, mas foi "atropelado" pelas acusa��es contra Wagner.
A apreens�o no Planalto e no PT tem motivo: capit�o do time e um dos principais encarregados de fazer o segundo mandato de Dilma "funcionar", o chefe da Casa Civil � o nome mais cotado do PT para a sucess�o da presidente, em 2018, caso Lula n�o queira ou n�o possa ser candidato.
"A falta de perspectiva econ�mica ocorre por causa dessa crise pol�tica, que s� se agrava", disse o senador Jorge Viana (PT-AC).
A divulga��o de mensagens interceptadas por investigadores da Lava-Jato, reveladas pelo Estado, indicaram a proximidade de Wagner com o ex-presidente da empreiteira OAS Jos� Adelm�rio Pinheiro Filho, conhecido como L�o Pinheiro, um dos condenados por participa��o no esquema de corrup��o da Petrobr�s. H� desde negocia��o de apoio financeiro ao candidato do PT � Prefeitura de Salvador em 2012, Nelson Pellegrino, a pedidos de intermedia��o de Wagner, ent�o governador da Bahia, com o Planalto para favorecer empres�rios.
Al�m disso, o ex-diretor da Petrobr�s Nestor Cerver�, um dos delatores da Lava-Jato, disse que Wagner recebeu recursos desviados da estatal na campanha de 2006. O ministro afirmou que n�o foi divulgada at� agora qualquer prova contra ele e chamou as den�ncias de "ila��es", de gente que "ouviu dizer".
Interlocutores de Dilma atribu�ram os "vazamentos ilegais e seletivos" ao presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que nega a acusa��o. "Todo dia h� vazamentos de �rg�o do governo contra mim e ningu�m fala nada", afirmou. Cunha aparece nas mensagens de L�o Pinheiro, assim como os ministros Edinho Silva (Comunica��o Social) e Henrique Alves (Turismo).