
O ex-ministro Jos� Dirceu (Casa Civil), preso na Opera��o Lava Jato desde 3 de agosto de 2015 sob suspeita de corrup��o e lavagem de dinheiro, quer ficar frente a frente com seus delatores - personagens da investiga��o da Pol�cia Federal que lhe imputam envolvimento com o esquema de propinas instalado na Petrobras entre 2004 e 2014. Por meio de seus advogados, Dirceu requereu ao juiz federal S�rgio Moro que lhe "seja garantida sua presen�a nos interrogat�rios" dos delatores arrolados como testemunhas na a��o penal a que o ex-ministro responde na Justi�a Federal em Curitiba, base da miss�o Lava Jato.
Os depoimentos dos delatores tiveram in�cio nesta quarta-feira - foram intimados para depor ao juiz Moro os lobistas Milton Pascowitch, seu irm�o Jos� Adolfo e Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia na Diretoria de Servi�os da Petrobras. Na pr�xima sexta-feira, dever�o depor o lobista J�lio Camargo - que delatou suposta propina de US$ 5 milh�es para o deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) -, o empres�rio Fernando Moura, ligado ao PT, e seu irm�o, Olavo Moura.
Dirceu nega liga��o com os desvios de recursos da Petrobras. A Pol�cia Federal suspeita que o ex-ministro recebeu propinas por meio de sua empresa, a JD Assessoria e Consultoria. Ele nega.
Ao pedir ao juiz Moro que autorize o ex-ministro na sess�o de depoimento dos delatores, a defesa sustenta que pretende assegurar a Dirceu "direitos constitucionais � ampla defesa e ao contradit�rio, previstos no artigo 5.º".
"O pedido se justifica porque, muito embora o peticion�rio (Dirceu) tenha solicitado a dispensa das audi�ncias das testemunhas ouvidas no curso da instru��o criminal, os acusados a serem ouvidos se tratam de delatores que imputaram fatos criminosos ao peticion�rio", anotam os advogados Roberto Podvale e Viviane Santana Jacob Raffaini. "Exatamente por isso, a presen�a de Jos� Dirceu nessas audi�ncias se faz indispens�vel ao exerc�cio de sua defesa."